Ao longo da pandemia da covid-19, mais de 320 mil crianças foram registradas somente com o nome da mãe na certidão de nascimento, indicam dados do Portal da Transparência do Registro Civil. De acordo com a plataforma, que é administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, os reconhecimentos de paternidade caíram mais de 30% em comparação com 2019.
Em números absolutos, 160.407 recém-nascidos foram registrados com apenas o nome da mãe em sua certidão de nascimento em 2020. Em 2021, foram 167.399. As informações foram coletadas nos 7.654 Cartórios de Registro Civil do Brasil, distribuídos em todo o país. Os recordes são verificados nos anos com menor índice de nascimentos desde o início da série histórica dos cartórios, em 2003, com 2.644.562 registros em 2020 e 2.642.261 em 2021.
Com relação aos reconhecimentos de paternidade, o Portal da Transparência do Registro Civil registrou uma queda de 32% entre 2019 e 2020 – foram realizados 35.243 atos no ano anterior à pandemia e 23.921 no primeiro ano da crise sanitária. Já em 2021, foram registrados 24.682 reconhecimentos de paternidade.
De acordo com o levantamento, a região Norte é a que concentra o maior número de crianças registradas somente com o nome da mãe. Dos 253.667 recém-nascidos em 2020, 21.838 deles foram registrados sem o nome do pai. Em 2021, 24.807 certidões de nascimento foram emitidas somente com o nome da mãe, dentro de um total de 285.272 nascimentos.
“A mesma tendência foi observada nas regiões Centro-Oeste (16.080), Sul (18.573) e Sudeste (56.947), que viram crescer os registros apenas com o nome materno em 2021”, apontou a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais. Já a região Sudeste observou a maior queda nos atos de reconhecimento de paternidade durante a pandemia. Em 2019, 27.279 pais reconheceram seus filhos, número 40% maior que o observado em 2020 (16.054) e 2021 (14.879).