Enquanto a Federação Paulista de Futebol (FPF) se organiza nos bastidores para transferir as partidas do Campeonato Paulista para outro estado, pelo Brasil afora a suspensão de torneios regionais por causa pandemia da covid-19 já afeta oito competições. Sete disputas estão paralisadas totalmente e uma de maneira parcial.
A paralisação total afeta, além de São Paulo, seis outros Estaduais: Acre, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás e Tocantins. Por outro lado, desde a semana passada duas competições foram retomadas. Santa Catarina já retomou o torneio e Rondônia recebeu a liberação do governo estadual para movimentar seu campeonato no próximo fim de semana.
No Paraná a suspensão só não é completa por causa das prefeituras de algumas cidades do interior. Em Curitiba está proibida a realização de jogos e treinos, mas algumas cidades autorizam as atividades.
O Londrina, por exemplo, está impossibilitado de jogar na própria sede e transferiu nesta quarta o jogo contra o Azuriz para o município vizinho de Arapongas. Até agora, o Estadual realizou somente sete partidas e duas equipes ainda não conseguiram estrear por causa das repetidas suspensões de jogos.
O Distrito Federal manteve o campeonato até o limite com a mesma tática pretendida por São Paulo: fazer partidas em outros Estados. O “Candangão” não podia realizar jogos em Brasília por causa de um decreto do governo local e passou a mandar partidas para cidades próximas em Minas Gerais e Goiás.
No entanto, o torneio ficou inviável depois de o governo goiano proibir a realização de atividades esportivas. Para completar, em Minas Gerais a decisão foi de vetar apenas partidas entre times de outros Estados. Essa mesma restrição, aliás, foi a responsável por suspender o encontro válido pelo Paulistão entre São Bento e Palmeiras, previsto para ser disputado nesta quarta.
Em entrevista ao canal SporTV o presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, afirmou que a entidade tem trabalhado para arrumar um destino para as partidas do Estadual agendadas até 30 de março, data em que termina a fase emergencial em São Paulo.
“Estamos estudando com cautela a alternativa de jogar em outros Estados. Só após estar ajustado com prefeitos e governadores é que daremos esse passo”, disse Bastos. O dirigente afirmou que vai insistir bastante para retomar o Estadual. “O futebol procurou o governo e o Ministério Público várias vezes. Esgotamos qualquer forma de diálogo. A Justiça é a última opção, só quando não houver mais caminho.”
Apesar de a federação paulista garantir a segurança do seu protocolo, o número de casos dentro dos clubes paulistas tem crescido de forma vertiginosa. No Botafogo-SP, por exemplo, já são 10 casos confirmados. No Comercial mais três. Na Ponte Preta o surto é mais generalizado. Em menos de um mês, o clube registrou 32 casos.
Ainda sim, os dirigentes da FPF querem manter o campeonato em disputa depois da suspensão da rodada deste final de semana. A tendência é que os jogos aconteçam em outros estados. Entretanto, como a situação em outras localidades também é complicada, existe a possibilidade de briga judicial com o Governo do Estado para que os jogos sejam retomados.