Tribuna Ribeirão
Política

Palocci é denunciado por aporte de R$ 8,1 bi à JBS

Foto: Agência Brasil

A Procuradoria da Repú­blica no Distrito Federal de­nunciou o empresário Joesley Batista, os ex-ministros Guido Mantega e Antônio Palocci e o ex-presidente do BNDES Lu­ciano Coutinho por irregulari­dades em aportes de R$ 8,1 bi­lhões do banco público na JBS. Além deles, foram denunciadas outras oito pessoas, entre elas, funcionários do BNDES acusa­dos de gestão fraudulenta.

Os procuradores acusam os citados pela prática de crime como formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, prevaricação finan­ceira e lavagem de dinheiro. A denúncia foi feita no âmbito da Operação Bullish e encaminha­da à 12.ª Vara Federal em Brasí­lia. No documento, a procura­doria cobra um total de R$ 5,5 bilhões dos denunciados, sendo R$ 1,8 bilhão por causa do su­posto prejuízo causado ao banco público e outros R$ 3,7 bilhões como reparação de danos.

Os valores vão além do montante pago em acordos de colaboração assinados com a Procuradoria-Geral da Repú­blica, em 2017. Atualmente, a PGR se manifestou pela resci­são dos acordos dos executi­vos do Grupo J&F. A decisão ainda está pendente no Supre­mo Tribunal Federal (STF). De acordo com o procurador Ivan Marx, Joesley Batista não abordou em seu acordo os crimes agora denunciados. O advogado do empresário con­testa essa versão.

Segundo o MPF, os paga­mentos de propinas aos ex-ministros Palocci e Mantega, os dois dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, ti­nham como objetivo favore­cer o projeto de internacio­nalização da JBS.

“Foi articulado um esquema alimentado por propina que ga­rantiu decisões políticas e econô­micas tomadas no BNDES em favor daquela que se tornaria a maior produtora de proteína ani­mal do mundo”, afirma o MPF.

Esquema
De acordo com a denún­cia, as supostas irregularidades foram executadas por quatro núcleos. Joesley Batista, repre­sentando o núcleo empresarial, solicitou os financiamentos “superavaliados” ao BNDES. O grupo político formado por Palocci, Mantega e Coutinho, por sua vez, teria se beneficiado das vantagens indevidas para liberar os aportes por meio de gestões no banco público.

Victor Sandri, apontado como operador de Mantega, seria representante do núcleo intermediário e se encarregava, diz o MPF, de realizar o lobby como banco e receber o dinhei­ro pago pelos empresários. Na ponta do esquema, explica o MPF, estaria o núcleo técnico formado por funcionários do BNDES, que seriam responsá­veis por “justificar” os aportes dentro do banco público

Propina
Sobre os pagamentos de vantagens indevidas, o MPF afirma que Victor Sandri foi corrompido por Joesley, que ti­nha interesse em ter acesso ao então ministro Guido Mantega.

Palocci, narra a denúncia, aparece nas fraudes a partir de 2008 e teria recebido os pagamentos por meio de sua empresa de consultoria. O contrato firmado entre a em­presa e o ministro previa um adiantamento de R$ 500 mil e outros R$ 2 milhões como co­missão. “A consultoria tinha o único objetivo de esquentar os recursos pagos ao deputado para exercer pressão sobre o BNDES na operação de apoio do BNDESPar para a JBS ad­quirir a empresa Pilgrim’s”, diz o MPF em nota.

A defesa de Joesley, por meio de nota, afirmou que os fa­tos da denúncia foram tratados em anexos entregues em cola­boração firmada com a PGR e homologada pelo STF, em 2017. “É preciso que sejam garantidos os direitos assegurados àqueles que firmam acordo e colaboram com a Justiça”, diz a nota.

Os advogados de Lucia­no Coutinho afirmaram que a denúncia é descabida, com conclusões “calcadas em ila­ções destituídas de provas e de fundamentos” e não se susten­tam tecnicamente. “A defesa de Luciano Coutinho reitera sua confiança na Justiça e reafirma a convicção de que a denúncia não vai prosperar”, afirmaram os defensores. O Estado não conseguiu contato com a defe­sa de Victor Sandri. Os advoga­dos de Mantega e Palocci não responderam até o fechamento desta edição.

Protesto
Um dia após o Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal apresentar denúncia contra 11 pessoas por supostas irregularidades em operações do Banco Na­cional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o frigorífico JBS, funcio­nários da instituição de fo­mento se reuniram na tarde desta sexta-feira, 15, num ato de protesto. Segundo a AFB­NDES, associação que repre­senta os funcionários e con­vocou o protesto, cerca de 600 pessoas participaram do ato, no pátio da sede do banco, no Centro do Rio.

Postagens relacionadas

Parque industrial terá Corpo de Bombeiros

Redação 1

Decreto dos R$ 21 mi é protocolado

Redação 1

Maia diz não querer conflito com Bolsonaro e prega união para aprovar reforma

Redação 1
Política

Palocci é denunciado por aporte de R$ 8,1 bi à JBS

Foto: Agência Brasil

A Procuradoria da Repú­blica no Distrito Federal de­nunciou o empresário Joesley Batista, os ex-ministros Guido Mantega e Antônio Palocci e o ex-presidente do BNDES Lu­ciano Coutinho por irregulari­dades em aportes de R$ 8,1 bi­lhões do banco público na JBS. Além deles, foram denunciadas outras oito pessoas, entre elas, funcionários do BNDES acusa­dos de gestão fraudulenta.

Os procuradores acusam os citados pela prática de crime como formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, prevaricação finan­ceira e lavagem de dinheiro. A denúncia foi feita no âmbito da Operação Bullish e encaminha­da à 12.ª Vara Federal em Brasí­lia. No documento, a procura­doria cobra um total de R$ 5,5 bilhões dos denunciados, sendo R$ 1,8 bilhão por causa do su­posto prejuízo causado ao banco público e outros R$ 3,7 bilhões como reparação de danos.

Os valores vão além do montante pago em acordos de colaboração assinados com a Procuradoria-Geral da Repú­blica, em 2017. Atualmente, a PGR se manifestou pela resci­são dos acordos dos executi­vos do Grupo J&F. A decisão ainda está pendente no Supre­mo Tribunal Federal (STF). De acordo com o procurador Ivan Marx, Joesley Batista não abordou em seu acordo os crimes agora denunciados. O advogado do empresário con­testa essa versão.

Segundo o MPF, os paga­mentos de propinas aos ex-ministros Palocci e Mantega, os dois dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, ti­nham como objetivo favore­cer o projeto de internacio­nalização da JBS.

“Foi articulado um esquema alimentado por propina que ga­rantiu decisões políticas e econô­micas tomadas no BNDES em favor daquela que se tornaria a maior produtora de proteína ani­mal do mundo”, afirma o MPF.

Esquema
De acordo com a denún­cia, as supostas irregularidades foram executadas por quatro núcleos. Joesley Batista, repre­sentando o núcleo empresarial, solicitou os financiamentos “superavaliados” ao BNDES. O grupo político formado por Palocci, Mantega e Coutinho, por sua vez, teria se beneficiado das vantagens indevidas para liberar os aportes por meio de gestões no banco público.

Victor Sandri, apontado como operador de Mantega, seria representante do núcleo intermediário e se encarregava, diz o MPF, de realizar o lobby como banco e receber o dinhei­ro pago pelos empresários. Na ponta do esquema, explica o MPF, estaria o núcleo técnico formado por funcionários do BNDES, que seriam responsá­veis por “justificar” os aportes dentro do banco público

Propina
Sobre os pagamentos de vantagens indevidas, o MPF afirma que Victor Sandri foi corrompido por Joesley, que ti­nha interesse em ter acesso ao então ministro Guido Mantega.

Palocci, narra a denúncia, aparece nas fraudes a partir de 2008 e teria recebido os pagamentos por meio de sua empresa de consultoria. O contrato firmado entre a em­presa e o ministro previa um adiantamento de R$ 500 mil e outros R$ 2 milhões como co­missão. “A consultoria tinha o único objetivo de esquentar os recursos pagos ao deputado para exercer pressão sobre o BNDES na operação de apoio do BNDESPar para a JBS ad­quirir a empresa Pilgrim’s”, diz o MPF em nota.

A defesa de Joesley, por meio de nota, afirmou que os fa­tos da denúncia foram tratados em anexos entregues em cola­boração firmada com a PGR e homologada pelo STF, em 2017. “É preciso que sejam garantidos os direitos assegurados àqueles que firmam acordo e colaboram com a Justiça”, diz a nota.

Os advogados de Lucia­no Coutinho afirmaram que a denúncia é descabida, com conclusões “calcadas em ila­ções destituídas de provas e de fundamentos” e não se susten­tam tecnicamente. “A defesa de Luciano Coutinho reitera sua confiança na Justiça e reafirma a convicção de que a denúncia não vai prosperar”, afirmaram os defensores. O Estado não conseguiu contato com a defe­sa de Victor Sandri. Os advoga­dos de Mantega e Palocci não responderam até o fechamento desta edição.

Protesto
Um dia após o Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal apresentar denúncia contra 11 pessoas por supostas irregularidades em operações do Banco Na­cional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o frigorífico JBS, funcio­nários da instituição de fo­mento se reuniram na tarde desta sexta-feira, 15, num ato de protesto. Segundo a AFB­NDES, associação que repre­senta os funcionários e con­vocou o protesto, cerca de 600 pessoas participaram do ato, no pátio da sede do banco, no Centro do Rio.

Postagens relacionadas

Administração nega recurso a consórcio de captação de água do rio Pardo

Redação 2

Samanta Pineda já é cidadã de RP

Redação 1

Projeto fecha o cerco contra comissionados

Redação 1

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com