As fachadas do Palácio Rio Branco, sede da prefeitura de Ribeirão Preto, e da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP), entidade com 70 anos de atuação, ficaram iluminadas de roxo na noite desta quinta-feira (17). Os prédios aderiram à campanha Janeiro Roxo – Todos Contra a Hanseníase, realizada em todo o Brasil pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH).
O mês de janeiro e a cor roxa foram oficializados em 2016 para ações de conscientização sobre a hanseníase e, desde janeiro de 2017, a SBH promove a campanha no Brasil. O Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase – são cerca de 30 mil novos casos por ano. Índia é o país com mais notificações. Brasil ainda concentra 90% dos casos notificados nas Américas.
A campanha ganhou também a adesão da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) e de concessionárias de rodovias no Rio de Janeiro que estão veiculando mensagens de alerta em centenas de painéis luminosos nas estradas. Em Ribeirão Preto, as unidades de saúde da cidade estão recebendo o curso “Hanseníase na Atenção Básica”, com aulas teóricas e práticas, além de busca ativa de casos suspeitos. O curso começou no ano passado e segue em 2019.
O site e redes sociais da prefeitura estão compartilhando a cartilha educativa e o vídeo da campanha. A AEAARP manterá a fachada iluminada de roxo até o dia 31 de janeiro. A hanseníase tem cura, o tratamento é gratuito, mas, segundo alerta do presidente da SBH, Claudio Salgado, existe uma endemia oculta no Brasil por falta de diagnóstico.
A entidade alerta que muito pouco se fala de hanseníase criando ideia que ela não existe mais em nossa sociedade. Muitas pessoas têm um “conceito” jocoso e pecaminoso sobre a doença. Por isso, pacientes e familiares convivem, ainda hoje, com situações gravíssimas de preconceito. Porém, hanseníase é doença de notificação compulsória. “A pessoa diagnosticada entra em tratamento imediatamente e quando inicia o tratamento não transmite mais. A preocupação recai sobre quem não está diagnosticado”, ressalta Salgado.
Sinais da doença
O paciente pode ter áreas ou manchas avermelhadas ou esbranquiçadas na pele com perda ou diminuição da sensibilidade ao tato, ao calor, ao frio e à dor, com ausência de pelos e do suor, além da perda de força nos membros. A doença é provocada por um bacilo.