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Palacete Camilo de Mattos

Uma visita não agendada, nos decidimos… Domingo pela manhã, o Palacete somente fotografado por Francisco, pelas rua Duque de Caxias e Tibiriçá, fechado e, aí foi que lemos numa placa instalada sob a janela que, somente das 12 às 16 horas poderíamos adentrar para conhecer o interior daquela casa, da qual conhecíamos de história de longínquo passado.
Há quase quarenta anos residíamos no Edifício Tibiriçá e, conhecíamos de cima o sobrado do Dr. Joaquim Camilo de Moraes Mattos. Passávamos diariamente pela calçada, pela Praça XV, frequentávamos o cinema ao lado… Minha mãe estudou ali bem próximo, na Instituição Moura Lacerda.

Ali, na casa de Camilo, estive em maio de 1998. Fui recebida pelo Deputado Luiz Augusto, o filho que gentilmente me entregou uma foto que ilustraria o livro “Para Não Esquecer…” onde fiz relatos biográficos de seu pai.

Camilo de Mattos foi padrinho de casamento de meus avós, Maria Theodora e Antonio Castello Rego, pois era grande amigo de Joaquim Simões Gomes, pai da noiva, meu bisavô.
Nasceu em 13 de dezembro de 1892 na cidade de Rio Novo, Minas Gerais, e passou sua infância em Barbacena. Filho de Joaquim Camilo de Oliveira Mattos e Ambrosina de Moraes Mattos. Estudou em Petrópolis, RJ, tendo cursado a Faculdade de Direito do Largo São Francisco em São Paulo, concluindo o curso em 1917.

Contraiu núpcias com Sinhazinha Gomes, com quem teve qua­tro filhos, Luiz Augusto, Maria Camila, Nilza e Célia.

Camilo de Mattos, no período de 1925 a 1930, foi vereador em Ribeirão Preto, Presidente da Câmara Municipal de Ribeirão Preto e foi Prefeito da cidade. Havia sido Delegado de Polícia na Comarca de Cravinhos e transferido para Ribeirão Preto.

Dedicou-se à família, ao trabalho e foi diretor Presidente do Educandário Quito Junqueira que idealizou e realizou. Foi um dos idealizadores do Hospital São Francisco, diretor do Lar Anália Fran­co, da Associação dos Cegos, do Asilo Padre Euclides e foi sempre colaborador de diversas instituições Filantrópicas de Ribeirão Preto no atendimento aos necessitados.

Faleceu em 24 de agosto de 1945 e a população que muito o amava este­ve às lágrimas, ali no Palacete de onde saiu o féretro para o sepultamento.

Professor Jaime Monteiro de Barros e Sr. Theodoro José Papa fizeram orações de despedida, dentre as muitas homenagens que lhe foram prestadas, como homem público e, como fonte de inspiração para todos que até hoje atuam no atendimento do Terceiro Setor.

Na tarde de domingo, 16 de junho, adentrando ao Palacete da família de Camilo de Mattos, senti a emoção de rever espaços, de entender história e tempo conjugados, patrimônio que resta a ser pre­servado, sentimentos em cada cômodo ainda existentes na memória.

Despedi-me nos jardins de todas as imagens que construí numa visita, que registramos na objetiva e que deixamos, com gratidão, pelos que ali viveram.

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