Começaram na segunda-feira, 5 de junho, as visitas guiadas ao Palacete Camilo de Mattos. O secretário municipal da Cultura e Turismo, Pedro Leão, acompanhado pela equipe da pasta e de Ricardo Cesar Massaro, dono do imóvel, visitaram o local que será restaurado.
Antes, quem quiser pode fazer uma viagem pela história de Ribeirão Preto, nos áureos tempos do café, em 1922, quando terminou a construção do Palacete. As visitas guiadas apresentam à população o interior do imóvel, suas dependências e o trabalho de recuperação e preservação que já foi realizado.
Conta ainda um pouco sobre a história e curiosidades do local que fica em frente à praça XV de Novembro compondo a paisagem histórica do centro de Ribeirão Preto. Em 2017, o Palacete Camilo de Mattos foi adquirido pelos amigos Ricardo e Marcos Mattos (que faleceu em 2021 por complicações da covid-19).
Desde então, recebeu obras de consolidação necessária para interromper a continuidade dos danos no telhado, calhas, paredes e fundação. Também foram realizadas prospecções investigativas para determinar as formas, tamanho e cores das pinturas parietais decorativas das paredes dos cômodos para poder determinar as cores das paredes.
Ricardo Massaro diz que pretende terminar a restauração da fachada até dezembro. Ele mantém segredo sobre o futuro do palacete e diz que só irá revelar qual atividade será implantada no casarão depois que todo o móvel for recuperado.
O Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto (Conppac) aprovou a primeira etapa de intervenção no Palacete Camilo de Mattos, imóvel localizado na rua Duques de Caxias nº 625, no Centro Histórico da cidade, a poucos metros do Quarteirão Paulista, de cara para as praças XV de Novembro e Carlos Gomes, onde residiram dois prefeitos.
Durante todo o mês de junho, como parte da programação das comemorações do aniversário de 167 anos de Ribeirão Preto, serão realizadas visitas guiadas ao Palacete Camilo de Mattos, exceto aos domingos (dias 11, 18 e 25). Para conhecer o palacete, basta ir até o prédio, das nove às onze horas e das 12h30 às 16h30. A entrada é gratuita.
O Palacete Camilo de Mattos foi inaugurado em 1922, ano de comemoração ao centenário da Independência do Brasil. Ali morou, com a esposa, Joaquim Camilo de Mattos, que exerceu cargos de vereador, vice-prefeito e prefeito de Ribeirão Preto. No casarão também morou o filho dele, o ex-prefeito Luiz Augusto Gomes de Mattos, até 2006, ano em que faleceu.
A área total do imóvel é de 10.100 metros quadrados e a área construída é de cerca de 600 metros quadrados, com 19 cômodos, sendo oito na parte superior e onze no térreo, além de uma varanda. Nos fundos ainda há uma casa que era usada por um caseiro.
História
O suntuoso palacete tem estilo eclético, características burguesas e sua fachada principal voltada para a praça XV de Novembro. Sua planta segue os moldes das elites cafeeiras da época, com pressupostos do urbanismo moderno, recuos frontais e laterais para insolação e ventilação da construção, além do porão para nivelar a casa no terreno irregular.
Com cerca de 600 metros quadrados de área construída, o Palacete possui onze cômodos na parte inferior e oito na superior, totalizando 19. A área total do terreno supera dez mil metros quadrados. O advogado Joaquim Camilo de Mattos, ou como era conhecido, Camilo de Mattos, deu início à construção de sua residência em 1920.
Projetada por Antônio Soares Romêu, foi construída por Ernesto Terreri e Paschoal de Vincenzo (os mesmos construtores do Edifício Diederichsen) e concluída por volta de 1922. A construção atendeu as necessidades de uma residência, mas era necessário também ter um escritório para Camilo de Mattos receber seus clientes, que ficava no pavimento térreo e o acesso dava-se pela rua Duque de Caxias.
A planta segue o modelo tripartido, dividido em áreas sociais (escritório, hall, sala de visitas e de jantar), íntimas (quartos no pavimento superior) e de serviços (cozinha e dispensa), além de uma pequena casa nos fundos do terreno para funcionários e garagem para automóvel.
Este palacete é um dos últimos exemplares desta tipologia de residências, com características burguesas, construídas no início do século XX. A maioria já foi demolida para dar lugar a grandes edifícios e estacionamentos.
Camilo de Mattos teve uma vida política intensa em Ribeirão Preto, e a localização do palacete era estratégica, pois Camilo de Mattos podia ir andando até o Palácio Rio Branco, então a prefeitura da cidade.