O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira, 2 de dezembro, mais dois casos da variante Ômicron no Brasil. Agora já cinco pacientes diagnosticados no país com a nova cepa do Sars-CoV-2. Além das três ocorrências anunciadas pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, outras duas foram confirmadas no Distrito Federal.
No total, são quatro homens e uma mulher, todos vacinados contra a covid-19. Eles estão isolados e pelo menos um apresenta sintomas leves. A maioria está assintomática. De acordo com o Ministério da Saúde, há ainda oito casos da variante em investigação no país, sendo um em Minas Gerais, um no Rio de Janeiro e seis no Distrito Federal.
“Hoje, temos uma situação sanitária bem mais equilibrada, mas lidamos com a imprevisibilidade biológica desse vírus, que sofre mutações. A vigilância em saúde está atenta e atuante pra que essas variantes sejam identificadas e pra que se avalie o potencial dessa variante complicar o cenário pandêmico”, diz o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
O terceiro caso em São Paulo foi confirmado na quarta-feira (1º). Trata-se do passageiro da Etiópia que desembarcou em Guarulhos no último sábado, 27 de novembro, quando testou positivo para covid-19. A amostra foi sequenciada geneticamente pelo Instituto Adolfo Lutz, instituição do governo paulista.
O homem de 29 anos foi testado no aeroporto ao desembarcar no país e não apresentava sintomas. Recebeu duas doses do imunizante da Pfizer/BioNTech e está bem. Está em isolamento domiciliar desde o último sábado e sem sintomas, sendo acompanhado pela divisão de vigilância do município de Guarulhos, local em que reside.
Os dois primeiros casos da variante Ômicron foram confirmados pelo Adolfo Lutz na tarde de terça-feira (30), após sequenciamento genético realizado pelo laboratório do Hospital Israelita Albert Einstein. Os casos são de um homem de 41 anos e uma mulher de 37, provenientes da África do Sul. Eles desembarcaram no Brasil no dia 23 e fizeram exame antes de embarcar novamente no dia 25.
Ambos tiveram resultado positivo em exames de PCR coletado no laboratório do Albert Einstein instalado no Aeroporto Internacional de Guarulhos antes da viagem à África do Sul. Na quarta-feira, a vigilância municipal da capital atualizou as informações dos pacientes para a pasta estadual e informou que ambos foram vacinados com o imunizante da Janssen/Johnson&Johnson na África do Sul.
A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, mantém o monitoramento do cenário epidemiológico em todo o território estadual. A confirmação de variantes ocorre por meio de sequenciamento genético. A pasta acompanha e auxilia nas investigações, em tempo real de todas as Variantes de Preocupação (VOC = Variant Of Concern), tais como Delta, Alpha, Beta, Gamma e, agora, a Ômicron.
Todo e qualquer agravo inusitado é monitorado pela vigilância estadual, seja proveniente de aeroportos ou portos. As medidas já conhecidas pela população seguem cruciais para combater a pandemia do coronavírus: uso de máscara, higienização das mãos (com água e sabão ou álcool em gel) e a vacinação contra a covid-19.
Na segunda-feira (29), O Brasil fechou as fronteiras aéreas para passageiros vindos da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o risco global relacionado à variante Ômicron do coronavírus é “muito alto”, dadas as possibilidades de que a cepa escape à proteção das vacinas disponíveis e tenha “vantagens” na transmissibilidade.
A OMS ressalta que a cepa caracterizada como “variante de preocupação” na sexta-feira (26), tem 36 mutações na proteína S (“spike” ou espícula), usada pelo vírus como veículo de ligação com as células humanas. Segundo a organização, essa característica é “preocupante” porque tem potencial de reduzir a eficácia dos imunizantes. No total, são mais de 50 mutações.
Ribeirão Preto
A Secretaria Municipal da Saúde monitora dois franceses que testaram positivo para a covid-19 após chegar da Europa. A dupla veio da França para trabalhar em uma indústria farmacêutica de Ribeirão Preto, mas nem chegaram a prestar serviços à empresa. Os dois pacientes estão em isolamento e passam bem.
Um deles, de 52 anos, estava internado em ala separada do Hospital São Lucas Ribeirânia até a noite de quarta-feira. Amostras dos pacientes foram coletadas para análise e sequenciamento. O resultado do teste que está sendo feito no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, deve ser divulgado na semana que vem.