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Política

Pais de alunos denunciam irregularidades em escola

Foto: Alfredo Risk

A Secretaria Municipal da Educação abriu uma sindicância para apurar denúncias de pais de alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Profes­sor Anísio Teixeira, localizada o Jardim Iguatemi, na Zona Leste de Ribeirão Preto. Integrantes do conselho da escola e a Asso­ciação de Pais e Mestres (APM) estão em pé de guerra desde o ano passado com a direção da unidade e com a pasta.

De um lado, pais de alunos como o comerciante Zenaraldo Es­ser, de 42 anos, que tem dois filhos na Emef Anísio Teixeira, e de outro a diretora C. V. B. e a secretária muni­cipal da Educação, Luciana Andrade Rodrigues. O denunciante afirma que a direção da escola não respei­ta as deliberações do conselho, não presta contas do dinheiro arreca­dado em eventos promovidos pela APM, pratica assédio moral contra professores e membros do con­selho escolar, sonega informações públicas e até envia notificação ex­trajudicial para a casa de pais ame­açando-os de processo caso levem o caso adiante.

No segundo semestre do ano passado, depois de não conseguir informações sobre o destino do dinheiro arrecadado em uma festa junina promovida pelos pais com a ajuda de professores, Zeneraldo Esser recorreu ao Ministério Público Estadual (MPE) e o caso foi parar no Grupo de Atuação Especial de Defe­sa da Educação (Geduc), comanda­do pelo promotor Marcelo Pedroso Goulart. Em dezembro, na terceira e última audiência do inquérito civil, realizada em 6 de dezembro, o MPE recomendou à Secretaria Municipal da Educação a abertura de sindi­cância para apurar as denúncias.

A sindicância foi aberta três meses depois, pela portaria interna nº 041 de 27 d março deste ano, publicada no Diário Oficial do Muni­cípio de 4 de abril. Zeneraldo Esser afirma que a diretora foi indicada em 2016 pela ex-prefeita Dárcy Vera (sem partido) e pelo ex-vere­ador Cícero Gomes da Silva (MDB).

A diretora foi mantida no cargo pelo prefeito Duarte Nogueira Jú­nior (PSDB).

Concursada como “Professo­ra da Educação Básica (PEB)”, ela recebe atualmente, em cargo co­missionado, salário bruto de R$ 22.973,57, praticamente o mesmo do chefe do Executivo – o prefei­to ganha R$ 23.054,20 por mês. “Além de não conseguirmos saber o que a direção da escola fez com o dinheiro que arrecadamos, ain­da tem o assédio moral, a pressão que a direção faz sobre professores e membros do conselho da escola”, afirma Zeneraldo Esser.

Depois de chegar ao Ministério Público e da troca de notificações extrajudiciais – a Educação foi co­municada para abrir sindicância em 20 de dezembro de 2017 –, o caso desembarcou, na noite da última quinta-feira (19), na Câmara de Ve­readores. Isaac Antunes (PR) usou da tribuna para denunciar o que chama de “descaso da Secretaria Municipal da Educação”.

Segundo ele, a pasta se re­cusava a investigar as denúncias. Antunes conta que em três opor­tunidades agendou reunião com a secretária Luciana Rodrigues e nas três vezes ela desmarcou em cima da hora. “A sindicância só foi aberta agora em abril, após a se­cretária desmarcar três reuniões que haviam sido agendadas comi­go. Até hoje ela não me atendeu. A omissão da secretária Luciana Rodrigues nesse caso é gritante”, afirma o vereador.

Educação abriu sindicância por conta própria – A pedido do Tribuna, a Secretaria Municipal da Educação encaminhou nota á redação em que nega ter instaurado a sindicância por orfdem do Ministério Público Estadual (MPE): “Em resposta aos questionamentos levantados pelo jornal Tribuna com relação à Emef Anísio Teixeira, a Secretaria Munici­pal da Educação informa que a refe­rida sindicância foi aberta pela por­taria interna nº 041 de 27 de março de 2018, publicada no Diário Oficial de 4 de abril do mesmo ano.

Esta sindicância foi aberta não por ordem do Ministério Público, mas por um procedimento interno regular da SME quando são cons­tatadas suspeitas de irregularida­des, assim sendo não existe polê­mica pois a afirmação é infundada. Quanto à prestação de contas da escola, isso é objeto de investiga­ção pela comissão sindicante e segue em sigilo até sua conclusão. Finalmente, com relação a qual­quer ameaça feita pela diretora da escola, a SME não pode se mani­festar pois não têm informações a este respeito e apenas a direção da escola poderia se pronunciar”.

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