O Brasil bateu novo recorde de mortes em um dia, com 217 – nove por hora –, e chegou a 2.141 óbitos em razão de infecção pelo novo coronavírus, causador da covid-19. Já os casos confirmados entre quinta (16) e sexta-feira, 17 de abril, também foram recorde, com 3.257, contabilizando o total de 33.682.
A atualização foi divulgada pelo Ministério da Saúde, na plataforma oficial do governo brasileiro que totaliza as estatísticas sobre o tema. O número de mortes marcou um aumento de 11,3% em relação à quinta-feira, quando foram registradas 1.924 vítimas da covid-19. Já os casos confirmados representaram um crescimento de 10,7% sobre os dados de anteontem, quando foram contabilizadas 30.425 pessoas infectadas. A taxa de letalidade do país ficou em 6,4%, um décimo acima do índice registrado no dia anterior, de 6,3%.
São Paulo concentra o maior número de falecimentos (928), quase três vezes o número do segundo colocado, o Rio de Janeiro (341). Os estados são seguidos por Pernambuco (186), Ceará (149) e Amazonas (145), Paraná (42), Maranhão (40), Minas Gerais (35), Bahia (36), Santa Catarina (29), Pará (26), Paraíba (26), Rio Grande do Norte (23), Rio Grande do Sul (22) e Espírito Santo (25).
Também foram registrados óbitos no Distrito Federal (20), Goiás (16), Amapá (10), Piauí (oito), Alagoas (sete), Sergipe (quatro), Mato Grosso do Sul (cinco), Mato Grosso (cinco), Acre (cinco), Roraima (três), Rondônia (três) e Tocantins (um). A região mais afetada pelo novo coronavírus é o Sudeste, com 56,6% dos casos, seguida pelo Nordeste (22,2%), Norte (9,4%), Sul (7,7%) e Centro-Oeste (4,1%).
As mortes pelo novo coronavírus confirmadas no Brasil desde 26 de fevereiro superam o total registrado em 2009, no auge da pandemia de H1N1. Naquele ano, o primeiro óbito foi registrado em junho no país. Mesmo com alta subnotificação por falta de testes, reconhecida pelo próprio Ministério da Saúde, o país confirmou, até 16 de abril, 33.682 testes positivos e 2.141 óbitos pela covid-19.
Em 2009, foram 50.482 casos e 2.060 mortos por H1N1, segundo dados do governo federal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou o vírus da influenza pandemia de julho de 2009 a agosto de 2010. No segundo ano, a doença perdeu força pelo reforço de medicamento e vacina no tratamento. Em 22 de março, Bolsonaro errou ao prever que a covid-19 mataria menos que a H1N1 em 2019, quando o total de óbitos já foi inferior ao do ano de pandemia.
“O número de pessoas que morreram de H1N1 no ano passado foi da ordem de 800 pessoas. A previsão é não chegar a essa quantidade de óbitos no tocante ao coronavírus”, afirmou o presidente, que nesta sexta-feira deu posse ao novo ministro da Saúde. Foi um cumprimento de cotovelo, adotado para manter o distanciamento social em meio à pandemia do coronavírus, que quebrou a tensão durante a troca no comando no ministério.
Após discursar por 15 minutos, o agora ex-ministro Luiz Henrique Mandetta se dirigiu ao presidente Jair Bolsonaro com o braço flexionado para se saudarem. Bolsonaro sorriu pela primeira vez, após ter passado toda a fala do ex-auxiliar com o rosto fechado e sem olhar para Mandetta, mesmo quando mencionado por ele em gesto de agradecimento. A cerimônia contou com ministros, o procurador-geral Augusto Aras, e os filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Havia poucos convidados do novo ministro da Saúde, Nelson Teich.
Mundo
Segundo dados levantados pela Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, até a tarde desta sexta-feira, 17 de abril, foram registrados 150.948 óbitos em todo o mundo. O Brasil já é o 11º país com mais mortes por covid-19 e ocupa a mesma posição em quantidade de casos confirmados. O número de pessoas infectadas ultrapassou os dois milhões, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os dados da Johns Hopkins indicam 2.214.861 em todo o planeta.