Tribuna Ribeirão
Política

Pagamento com Pix volta ao Legislativo

Pix tem sido utilizado para atualizar golpes antigos e agilizar no pagamento aos falsários

A Câmara de Vereadores vai analisar outro projeto de lei que autoriza a prefeitura de Ribei­rão Preto a aceitar pagamentos de tributos e taxas municipais com Pix e cartões de crédito e débito. Desta vez, o autor da proposta é Jean Corauci (PSB).

Marcos Papa (Podemos) já havia apresentado proposta semelhante, que chegou a ser aprovada na Câmara, mas foi vetada pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB). À época, o tucano admitiu que, em rela­ção aos débitos tributários, o projeto não era inconstitucio­nal e não feria o princípio da separação de poderes.

Entretanto, citou Noguei­ra, ao incluir no artigo 1º a extensão dessas formas de pa­gamento aos débitos não tri­butários, a proposta cometeu vício de iniciativa. O veto do Executivo acabou sendo aco­lhido pelos vereadores a pedi­do de Papa, que decidiu fazer a correção e apresentar uma nova proposta, protocolada em 23 de novembro.

O projeto está na Comis­são de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) à espera de pa­recer. Já a proposta de Corauci inclui neste tipo de pagamento os débitos tributários e não tri­butários constituídos ou não, inscritos ou não na Dívida Ativa, protestados ou a pro­testar, ajuizados ou a ajuizar. As dívidas dos contribuintes com a conta de água da Secre­taria de Água e Esgoto (Saerp) também estão na lista.

Pela proposta, na modalida­de crédito os débitos poderão ser parcelados, sendo o mínimo de três parcelas e o máximo, de dez. Os valores referentes ao principal, multa, juros e hono­rários advocatícios poderão ser incluídos no parcelamento, a critério do contribuinte. Já os débitos que são originários de cobrança judicial e ou protesto de títulos não poderão receber este benefício.

O projeto prevê ainda que o pagamento, por meio de cartão de débito ou de crédito, será re­alizado a partir das informações constantes dos boletos gerados pelo sistema informatizado de cobrança. De acordo com Corauci, o objetivo é oferecer ao consumidor inadimplente a possibilidade de facilidade de pagamento, ajudando-o a ge­renciar melhor seu orçamento no que diz respeito ao paga­mento de tributos municipais.

“Muitas vezes o consumi­dor é surpreendido com con­tas e faturas em atraso e o pre­sente projeto lei cria mais uma oportunidade para que o mes­mo regularize sua situação, de uma forma prática e simples, onde o mesmo não fica ina­dimplente com o Município”, diz parte da justificativa.

Atualmente, tanto o projeto de Papa quanto o de Corauci aguardam parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Re­dação (CCJ) para depois serem levados ao plenário. Como pre­vê o Regimento Interno da Câ­mara, o projeto de Papa, por ser mais antigo, deverá prevalecer.

O de Jean Corauci será anexado à proposta apresen­tada pelo vereador do Pode­mos. O pagamento por Pix já foi adotado por prefeituras de outras cidades, como as de Criciúma, em Santa Catari­na; Campo Grande, no Mato Grosso do Sul; e Santos, no litoral sul de São Paulo.

Se for aprovada e sancio­nada, a medida deve valer a partir de 2023. Por se tratar de questão tributária, preci­sa ser aprovada no ano an­terior ao de sua execução. A prefeitura de Ribeirão Preto enviou para a Câmara, em 14 de abril, o projeto núme­ro 035/2022 que trata da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem.

O documento prevê orça­mento de R$ 3.860.940.060 para 2023, contra R$ 3.728.645.262 de 2022, aumento de 3,5% e acréscimo de R$ 132.294.798.

Também é 3,3% superior aos R$ 3.736.889.923,66 pre­vistos no Plano Plurianual (PPA) do quadriênio que vai de 2022-2025, aporte de R$ 124.050.136,34.

Do total previsto para o ano que vem, R$ 3.224.383.417 são da administração direta (83,5%) e R$ 636.556.643 da indireta (16,5%). A estimativa da prefeitura é aumentar a ar­recadação de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), de R$ 439.000.000 previstos para este ano para R$ 470.000.000, alta de 7,1% e aporte de R$ 31.000.000.

Já com o Imposto de Transmissão de Bens e Imó­veis (ITBI) a meta é aumentar de R$ 132.000.000 para R$ 138.613.200, aumento de 5% e acréscimo de R$ 6.613.200. Em relação ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Nature­za (ISSQN), a Secretaria Mu­nicipal da Fazenda projeta ar­recadação de R$ 385.000.000, alta de 10,9% em relação aos atuais R$ 347.031.450, aporte de R$ 37.968.550.

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