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Padre Donizetti será beatificado este mês

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A celebração do rito de be­atificação do Padre Donizetti Tavares de Lima será no sába­do, 23 de novembro, às nove horas, em Tambaú, na Região Metropolitana de Ribeirão Pre­to (RMRP), confirma a Diocese de São João da Boa Vista (SP). O papa Francisco vai encami­nhar o cardeal Giovanni Angelo Becciu, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, para representá-lo na cerimônia. A partir da beatificação, haverá a autorização do Vaticano de cul­to do beato.

Padre Donizetti morreu em 16 de junho de 1961. O anún­cio da beatificação foi divulgado em 8 de abril, depois que o papa Francisco autorizou o decreto que reconhece milagres ao reli­gioso. Nascido em 3 de janeiro de 1882, em Cássia, em Minas Gerais, ele morreu aos 79 anos, em Tambaú, onde implantou vários projetos sociais. Devoto de Nossa Senhora Aparecida, o padre atraiu milhares devotos ao interior de São Paulo em busca de milagres.

O processo foi aberto em 1992, segundo a Arquidiocese de São Paulo. O milagre reco­nhecido pela Igreja Católica foi revelado em abril, no Santuário de Nossa Senhora Aparecida. É do menino Bruno Henrique de Oliveira, de 12 anos, que vive em Casa Branca. A mãe diz que ele sofria de uma deformidade conhecida como “doença do pé torto” e que as orações para a criança melhorar foram feitas em nome de Padre Donizetti. A enfermidade faz com que o pé vire para dentro. O tendão de Aquiles fica tenso, o que em­purra o calcanhar para cima da perna e impede que o pé perma­neça deitado no chão. Ocorre em aproximadamente em uma em cada mil crianças.

A decisão de beatificar o padre de Tambaú foi anuncia­da depois do encontro do papa com o cardeal Giovanni Angelo Becciu, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, res­ponsável pelos decretos que se destinam a analisar os proces­sos relativos a milagres. Des­de 1909, como pároco, Padre Donizetti atuou em defesa dos mais pobres e dos trabalhado­res explorados, além de orga­nizar a assistência aos doentes, idosos, crianças e mães neces­sitadas. A tudo atribuía à Nossa Senhora Aparecida.

Fiéis de Tambaú comemo­raram o reconhecimento de um dos milagres realizado pela intercessão do sacerdote brasi­leiro Donizetti Tavares de Lima. Membro da comissão de beatifi­cação, Leonardo Spgia Real dis­se que Tambaú vive o turismo religioso com cerca de 200 mil visitas por ano e que esse reco­nhecimento pelo Vaticano era esperado há mais de 50 anos.

De acordo com Real, o pa­dre Donizetti está em processo de beatificação desde 1992. Em 2008, houve o encerramento da primeira fase do processo de beatificação, chamada de fase diocesana, e a conclusão desse trabalho foi encaminha­da em 2009 para Roma, que passou a analisar o processo. Em outubro de 2017, a congre­gação para causas dos santos reconheceu a virtude do padre tornando-o venerável.

A decisão foi anunciada du­rante audiência da Congregação para as Causas do Santos. No evento, o papa ainda reconhe­ceu as “virtudes heroicas” de frei Damião de Bozzano (italiano radicado no Brasil) e do paulista Nelsinho Santana, de Ibitinga. Com a condição, eles passam a ser considerados “veneráveis” pela Igreja Católica.

Filho de um advogado e de uma professora, ele era de uma família abastada, mas largou tudo pelo sacerdócio. Padre Donizetti viveu por 35 anos em Tambaú e na década de 50 co­meçaram os relatos de milagres que continuam até hoje. A fama de santo veio ainda em vida.

Na época, Tambaú tinha 4,5 mil habitantes (hoje são mais de 23 mil). Há relatos que em um único dia outros 200 mil romeiros estiveram na cidade em busca de graças. A situação começou a ficar perigosa e esse foi um dos motivos para que as benções chegassem ao fim.

Na década de 1990, come­çou uma pesquisa sobre a vida, virtude e fama de santidade do padre. Em 2017, a Congrega­ção para as Causa dos Santos concedeu ao padre o título de venerável. Com isso, ele pode ser oficialmente adorado den­tro das igrejas.

Dentre os trabalhos sociais que realizou estão a fundação do Asilo São Vicente de Paulo e da Associação de Proteção à Ma­ternidade e Infância de Tambaú. Criou também a Congregação Mariana, a Irmandade das Fi­lhas de Maria e o Círculo Ope­rário Tambauense.

Segundo o Vaticano, o padre era devoto de Nossa Senhora Aparecida e, em vida, já seria ligado a “sinais milagrosos”. “Exerceu seu sacerdócio como Jesus, a serviço dos pobres, dos marginalizados e doentes. Vi­veu de maneira simples e hu­milde, sempre à disposição do povo”, diz texto divulgado pela Secretaria para a Comunicação da Santa Sé.

Também reconhecido pelo papa, Frei Damião nasceu em Bozzano, na Itália, em 5 de no­vembro de 1898, e morreu no Recife, em 31 de maio de 1997. Ele foi da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. O frade chegou ao Brasil em 1931, onde se dedicou “às populações mais pobres do país e às Santas Mis­sões”, diz o Vaticano.

Já Nelsinho Santana nasceu em Ibitinga, também no inte­rior paulista, em 31 de julho de 1955. Ele morreu em Ara­raquara em 24 de dezembro de 1964, aos 9 anos, em decorrên­cia de um câncer no braço (os­teossarcoma). De acordo com o Vaticano, o menino “prati­camente morou” no hospital entre os sete e nove anos, onde fez a primeira comunhão.

Naquele período, chegou a ter o braço esquerdo amputa­do. “Ele mesmo anunciou a sua morte previamente, na véspera do Natal. O lugar onde Nelsinho foi enterrado, com o passar do tempo, tornou-se alvo de mui­tas visitas por graças alcançadas atribuídas a ele”, afirma texto da Secretaria para a Comunicação da Santa Sé.

Milagres
A Igreja Católica Apostólica Romana analisou, particular­mente, outros dois milagres atri­buídos a Padre Donizetti. Um se refere exatamente ao menino Nelson Santana (1955-1964), diagnosticado com osteossar­coma e morreu aos nove anos na véspera do Natal, e outro à Gaetana Tolomeo, chamada “Nuccia” (1936-1997), afetada por uma progressiva paralisia, transformou a dor em fé. Tam­bém foram anunciados o reco­nhecimento de milagres de mais cinco religiosos.

Carlo Cavina, sacerdote diocesano, fundador da Con­gregação das Filhas de São Francisco de Sales. Raffaele da Sant’Elia a Pianisi, sacerdote da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Na relação estão ainda Damiano da Bozzano, sacerdote da Ordem dos Fra­des Menores Capuchinhos, Vit­torino Nymphas Arnaud Pagés, religioso do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, e Consolata Betrone, religiosa da Ordem das Clarissas Capuchinhas.

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