Por Pedro Rocha, especial par ao Estado
Em sua primeira turnê pelos Estados Unidos e pelo Canadá, a cantora drag queen brasileira Pabllo Vittar planeja passar por várias Paradas LGBTs. As apresentações começam em Los Angeles, no dia 8 de junho, depois ela vai a Boston (9/6), Miami (21/6), Chicago (22/6), Toronto (23/6), Nova York (29/6) e São Francisco (30/6). As sete Paradas LGBTs que devem receber Pabllo são LA Pride Festival (Los Angeles), Royale Boston, Wynwood Pride (Miami), Chicago Pride Fest, Pride Toronto, New York Pride Island, São Francisco Pride.
“Fiquei emocionada quando soube que iria fazer esses shows”, conta Pabllo ao Estado. “Quero muito abraçar as pessoas por lá e dar o meu melhor.” Durante a entrevista, Pabllo estava no Brasil, num raro momento de descanso, mas a conversa foi por telefone. Em abril, Pabllo fez shows no México, Chile, Argentina, Portugal, Irlanda e Inglaterra.
De quebra, foi ao festival Coachella, nos EUA, e subiu ao palco duas vezes, para cantar com o grupo Major Lazer, com quem gravou, também ao lado de Anitta, a música Sua Cara, e com a dupla Sofi Tukker, parceria de Pabllo na canção Energia. “Fiquei feliz porque nesses lugares havia muitos brasileiros, mas também muita gente nascida nesses países vinha me cumprimentar por conhecer o meu trabalho”, revela a cantora.
Para os fãs internacionais, Pabllo prepara o lançamento de um EP dividido em duas partes. No projeto, estarão músicas em inglês, espanhol e português. O primeiro single ainda não foi definido, mas a equipe de Pabllo já tem um favorita. “Há uma em espanhol que todos estão adorando, mas ainda não gravei.”
Os ritmos latinos devem ter forte presença no trabalho, principalmente a cumbia e o reggaeton. Mas Pabllo promete não deixar de lado os ritmos brasileiros, principalmente os do Nordeste – a cantora é maranhense. “Não gosto de jogar nada fora, gosto de acrescentar.” Em seu segundo e mais recente disco, Não Para Não, lançado no ano passado, ela já havia feito uma grande mistura de ritmos, entre eles o k-pop, que tem crescido no seu gosto. Pabllo elegeu a apresentação do grupo feminino coreano Blackpink como uma das melhores que viu no Coachella.
Pabllo Vittar garante que os seus dois EPs vão ter muitas parcerias, mas não citou nomes. Um que é esperado é o DJ e produtor Diplo, líder do Major Lazer, com quem Pabllo já trabalhou em seus dois álbuns anteriores, nas músicas Então Vai e Seu Crime.
Além de gravar o projeto internacional, Vittar contou ao Estado que está trabalhando no terceiro álbum de estúdio, que deve chegar às lojas ainda este ano. Por isso, ela deve focar, no restante de 2019, apenas na música. Em 2018, apresentou na TV o programa Prazer, Pabllo Vittar no canal Multishow.
Carreira
Como drag queen cantora, a carreira de Pabllo Vittar é curta, mas intensa. Em menos de quatro anos, desde que lançou seu primeiro single, Open Bar, já foram dois discos, uma apresentação com Fergie no Rock in Rio, os dois shows no Coachella e mais momentos inesquecíveis. Ainda assim, mesmo com todo sucesso em sua carreira, Pabllo diz se sentir como no início, quando passou dias lendo e relendo a primeira reportagem escrita sobre ela num veículo brasileiro.
“Evoluí muito profissionalmente, mas me vejo como a mesma pessoa de Open Bar”, declara. “Aprendi a lidar com essa área e com pessoas. Lidar com pessoas não é fácil.”
Nascido Phabullo Rodrigues, em São Luís, a cantora de 24 anos não gosta de rótulos, mas já afirmou, em entrevistas anteriores, ser gender fluid, transitando entre os dois gêneros. Ao longo de quatro anos, Pabllo se tornou uma voz para a comunidade LGBT. “Fico feliz que o nosso trabalho está servindo de inspiração, não só o meu, como o da Gloria (Groove), da Lia (Clark)…”, diz sobre suas colegas drag queens.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.