Rui Flávio Chúfalo Guião *
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O atual mês de fevereiro nos proporciona, neste ano de 2024, os dias de Carnaval, período curtido por todos os brasileiros, época de festas, de desfiles, de comidas e bebidas, derivada das festas pagãs que aconteciam em Roma. A Igreja absorveu esta tradição e, no período que antecede à Quaresma – com seu jejum absoluto antigamente – era tempo de aproveitar os últimos dias de bem comer e de bem beber, permitindo-se vários abusos.
O Carnaval chegou ao Brasil trazido pelos colonizadores portugueses e começou com o entrudo, verdadeiras batalhas onde se lançavam limões de cera cheios de água perfumada nos passantes e nas demais pessoas que enchiam as ruas.
Com o tempo, o recheio dos limões passou a conter outros produtos, como barro, tinta e até mesmo urina, o que decretou o fim dos entrudos, no século XIX.
O Carnaval como conhecemos hoje ganhou prestígio e projeção nos anos de 1930, quando se tornou a mais popular festa do Brasil. O país todo se engalanava para os festejos. Conta-se que, aqui em Ribeirão Preto, o corso dos automóveis se movia lentamente pelas ruas, quando não se imobilizava pelas serpentinas que se enroscavam nas rodas. Bailes ocorriam nos salões.
No Rio de Janeiro, surgem as escolas de samba e os primeiros desfiles, bem como a apresentação dos blocos de rua, fato também ocorrido em várias outras capitais e cidades do país.
Hoje, o carnaval carioca é considerado o maior do mundo e é reconhecido como Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade. A exibição das escolas, no Sambódromo, é espetáculo transmitido para todos os cantos e visto por milhões de pessoas.
Mas, o carnaval é privilégio do Brasil?
Em vários outros países, o tríduo momesco é visto e curtido por muita gente.
Tomemos como exemplo o carnaval de Nice, na Riviera Francesa. Desde 1873,ele ocorre tomando as duas semanas últimas de fevereiro e apresenta desfiles de bonecos gigantes e artistas usando fantasias, transformando aquela região litorânea em grande atração turística. São seis os desfiles, acompanhados pela população que dança nas ruas, em torno dos grandes carros alegóricos. Momento muito importante é a batalha das flores, quando mais de duzentas e cinquenta mil hastes floridas são jogadas entre os participantes.
A sisuda Inglaterra também tem seu carnaval, só que nos últimos domingo e segunda de agosto. Ocorre em Londres, no bairro de Notting Hill e nasceu há mais de 75 anos, de um movimento dos imigrantes de Trinidad e Tobago, que, insatisfeitos com o preconceito contra eles, decidiram protestar com música. A festa foi oficializada, hoje atrai multidão fantasiada, que segue a Paraíso Schoolof Samba.
O MardiGras (terça-feira gorda, em português), deve ter chegado aos Estados Unidos em 1699, trazido pelo explorador franco-canadense Pierre le Moine e se consolidou em 1837, quando houve o primeiro desfile de rua, no Alabama. O MardiGras mais conhecido hoje ocorre em New Orleans, mas, são também importantes o de Mobile, Alabama e Saint Louis, de Missouri. Desfiles de carros alegóricos, pessoas fantasiadas, bonecos gigantes se espalham pela cidade, comemorando, com música, o carnaval.
A Alemanha celebra o carnaval, principalmente na cidade de Colônia, à beira do Reno. Ocorre na semana anterior à terça-feira gorda. Os desfiles, com carros alegóricos, fantasias e bonecos são no domingo e na segunda e atraem mais de um milhão de foliões. Os blocos de rua se apresentam na terça.
Finalmente, o mais famoso carnaval europeu é o de Veneza, nas duas semanas que antecedem à quarta-feira de cinzas e atrai mais de três milhões de participantes, os quais, durante os vinte dias que dura a folia usam fantasias caras, máscaras muito bem elaboradas, passeiam pelas pontes da cidade e participam de bailes de máscara.
* Advogado e empresário, é presidente do Conselho da Santa Emília Automóveis e Motos e Secretário-Geral da Academia Ribeirãopretana de Letras