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Outra greve à vista em RP

DIVULGAÇÃO/SSM

Os funcionários públicos ribeirão-pretanos podem en­trar em greve na semana que vem. A decisão será anun­ciada na noite desta quin­ta-feira, 4 de abril, depois da assembleia geral convocada pelo Sindicato dos Servido­res Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópo­lis (SSM/RP). A reunião terá início às 17 horas, na Câmara de Vereadores, e a diretoria da entidade sindical diz que vai propor paralisação por tempo indeterminado. A prefeitura tem de ser notificada com 72 horas de antecedência.

Se a categoria optar pela greve, será a terceira consecu­tiva na gestão de Duarte No­gueira Júnior (PSDB) – houve um movimento paredista no início da gestão, em janeiro de 2017, mas por causa do atraso no pagamento do 13º salário de 2016, herança da administra­ção Dárcy Vera (sem partido). Na manhã desta segunda-feira, 1º de abril, cerca de 30 pesso­as ligadas ao sindicato protes­taram à porta do Palácio Rio Branco com faixas, cartazes e carro de som, mas, desta vez, não houve diálogo – um gru­po de pais de alunos do Caic Antonio Palocci, que pode ser interditado a pedido do Minis­tério Público Estadual (MPE), também participou do ato.

A terceira reunião entre o Comitê de Política Salarial do governo Duarte Nogueira Júnior (PSDB) e a comissão de negociação do sindicato, na quinta-feira (28), termi­nou sem acordo. A prefei­tura manteve a postura dos dois primeiros encontros, de “congelamento” dos salários e “reajuste zero”. Diz que não tem condições de conceder aumento neste ano e que está no limite da Lei de Responsa­bilidade Fiscal (LRF). Os sin­dicalistas discordam.

Nesta segunda-feira, o vi­ce-presidente Alexandre Pasto­va apresentou ao Tribuna um balanço das despesas e receitas publicado no Portal da Trans­parência. Diz que a arrecadação chegou a R$ 753,79 milhões neste início de ano, contra gas­tos que somaram R$ 507,37 milhões, superávit de R$ 246,42 milhões. “Com uma reposição de 5%, a prefeitura teria um gas­to de R$ 3,5 milhões ao mês e anual de aproximadamente R$ 40 milhões, já contando com o 13º. A administração pode es­tar promovendo uma greve sem necessidade”, diz.

O governo reitera “que dos 145 itens da pauta entregue, foi analisado que 127 resultariam em um impacto financeiro, 14 delas tratam-se de adequa­ções administrativas, em que a maioria já foi cumprida e, ou­tras quatro precisam de análise para apresentar o impacto fi­nanceiro.” A administração diz que o diálogo continua aberto, mas se posicionou negativa­mente ao reajuste solicitado, no valor de 5,48%.

O cenário é de incerteza. O presidente do sindicato, Laerte Carlos Augusto, já avisou que a possibilidade de greve é real, mas que também defende o diálogo, desde que a administração apre­sente uma proposta. A pauta de reivindicações da campanha sa­larial deste ano foi entregue em 28 de fevereiro e a data-base da categoria é 1º de março. A folha de pagamento da prefeitura é de aproximadamente R$ 61,1 mi­lhões mensais, e a do IPM gira em torno de R$ 36,6 milhões.

Os servidores pedem reajus­te de 5,48% – são 3,78% de re­posição da inflação acumulada entre fevereiro de 2018 e janeiro deste ano, com base no Índice Nacional de Preços ao Consu­midor Amplo (IPCA), indexa­dor oficial usado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta­tística (IBGE) –, e mais 1,7% de aumento real. O mesmo percen­tual (5,48%) será cobrado sobre o vale-alimentação da categoria e no auxílio nutricional dos apo­sentados e pensionistas.

No ano passado, depois de dez dias de greve, que terminou em 19 de abril, foi concedido reajuste salarial de 2,06% com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE, com acréscimo de 20% de ganho real, totalizando 2,5% de aumento. O mesmo percentual foi aplicado no va­le-alimentação, que passou de R$ 862 para R$ 883,55, aporte de R$ 21,55, e na cesta básica nutricional dos aposentados. Os dias parados não foram des­contados, mas a categoria teve de repor o período de greve, a segunda mais longa da história da categoria, já que em 2017 durou três semanas (21 dias).

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