O basquete brasileiro perdeu um de seus maiores jogadores da história nesta quarta-feira. O ex-pivô Gerson Victalino, atleta que mais vezes vestiu a camisa da seleção e esteve na campanha histórica da medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1987, em Indianápolis, nos Estados Unidos, faleceu nesta madrugada aos 60 anos, em Minas Gerais, vítima da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) – doença que lutava contra há alguns anos.
Em suas redes sociais, a Confederação Brasileira de Basketball (CBB) agradeceu mais uma vez pelo amor com que Gerson se entregava ao esporte e por todos os anos defendendo a camisa do Brasil. “É com grande pesar que informamos o falecimento do gigante Gerson Victalino. Campeão do Pan de Indianápolis com o Brasil em 1987, Gerson foi o jogador que mais vezes vestiu a camisa da Seleção Brasileira. Nosso eterno agradecimento e pêsames por sua partida. Força à família”, escreveu a entidade.
Gerson começou no basquete aos 18 anos, mas primeiro se destacou no futebol por conta de sua altura. Fez sua estreia como profissional em 1979 pelo Ginástico, em Minas Gerais. Em 1981, atuou pela primeira vez na seleção brasileira e desde então teve uma carreira brilhante, sendo o atleta que mais vezes vestiu a camisa do Brasil.
O ex-atleta defendeu Monte Líbano-SP, Corinthians, Lençóis Paulista-SP, Jales-SP, Manresa (Espanha), Sport e Remo, onde se aposentou em 2002. Pelo Brasil, Gerson esteve em quadra no título do Pan de Indianapólis, em 1987, com a vitória sobre a seleção dos Estados Unidos. Ainda participou de três edições dos Jogos Olímpicos – Los Angeles-1984, Seul-1988 e Barcelona-1992 – e dois Mundiais – Madri-1986 e Buenos Aires-1990. Vestiu a camisa brasileira de 1981 a 1994.
No começo deste ano, Gerson foi homenageado pela CBB como um dos nomes das Conferências do Campeonato Brasileiro Adulto, com um selo comemorativo. Na época, falou sobre a homenagem e sua luta contra a doença. “Me senti lisonjeado com esta homenagem. Ser escolhido dentre tantos nomes que fizeram e fazem história no nosso basquete. Quando recebi essa notícia, fiquei em êxtase, pois sei a importância de ter o nome vinculado a um evento da CBB”, disse.
“Passo por um problema temporário. Sei da gravidade, mas também sei que as lutas vêm na nossa vida para lutarmos e mostrarmos nossas forças. Para os médicos, a cura não existe, mas não posso me apegar no que eles pensam e sim na minha certeza que há um caminho para a cura. Imagina uma coisa até tempos atrás que não tinha cura e hoje tem. Com certeza eu vou ser o primeiro desta moléstia (risos) porque tenho fé em Deus e não me entrego fácilmente”, contou Gerson.