Por Mariana Haubert
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 2, que pode manter a Agência Nacional do Cinema (Ancine). No início de julho, ele havia dito que iria extinguir a agência. “Se recuar, recuo. Quantas vezes vocês falam que eu recuei? Tem a questão do audiovisual que emprega muita gente, tem de ver por esse lado”, explicou.
Agora, o presidente afirmou que o ministro da Cidadania, Osmar Terra, já enviou a ele um rascunho de como ficaria o órgão. “Uma versão parecida com o dinheiro da lei Rouanet”, afirmou. Bolsonaro disse também que está sendo reavaliada a composição do Fundo Setorial do Audiovisual, cuja dotação para este ano é de R$ 724 milhões.
O recurso advém de receitas de concessões e permissões e pela arrecadação de um tributo pago pela exploração comercial de obras audiovisuais. Ele disse, no entanto, que pode extinguir este imposto. “Eu conversei com o ministro Paulo Guedes da Economia de redirecionar. Se for para extinguir imposto, extingue. Acho que o Estado teria muito mais inteligência para dar uma nova direção”, disse.
A jornalistas que o aguardavam na saída do Palácio da Alvorada pela manhã, o presidente voltou a criticar o filme Bruna Surfistinha, mas disse em tom de brincadeira que o assistiria se ele tivesse sido produzido há 40 anos. “Não é apenas a Bruna Surfistinha. Se fosse produzido 40 anos atrás, eu estava vendo o filme. Mas hoje não vou ver, não, fica tranquilo. O que não pode é dinheiro público para esse tipo de filme”, afirmou.
O presidente voltou a dizer que as mudanças na agência não significam uma censura à produção audiovisual brasileira. “Não é censura. Não estou falando que vou censurar isso ou aquilo. Não tenho poder para isso. Mas com dinheiro público, não”, disse.