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Os vikings descobriram a América

Por longo tempo, era uma possibilidade. Agora, passa a ser certeza: novas pesquisas realizadas no Canadá provam a presença de vikings nas geladas terras norte americanas, 400 anos antes da chegada de Colombo. A Ciência veio em ajuda da História e, com novos métodos de datação do carbono 14, cientistas fixaram no ano 1021 d.C. a data dos assentamentos nórdicos, na região do sítio arqueológico de L’Anseaux Mea­dows, no nordeste canadense.

Baseados em marcas de explosão solar inusitada e de círculos que as árvores fazem anualmente em seus troncos e analisando a madeira dos assentamentos, trabalhadas com ferramentas de metal, desconhecidas dos indígenas, os pesquisadores chegaram à certeza de que os vikings foram os primeiros europeus a pisarem na América.

Sagas escandinavas já falavam de um navegador, Leif Eric­son, que, depois de se estabelecer na Groenlândia, navegou até a Península do Labrador, no Canadá. Ali, teria se encantado pela quantidade de madeira por toda a costa, bem como com as videiras, que subiam vigorosas nas árvores, espécimes da vitisamericana, que salvaria a viti-vinicultura europeia, 800 anos depois. Denominou-a Vinland (Terra das Videiras) e estabele­ceu pequeno povoado, que foi objeto de estudo dos cientistas.

Acossado pelos ferozes índios norte-americanos, o assenta­mento acabou abandonado, tendo durado em torno de 20 anos.

Os vikings eram ferozes bárbaros nórdicos, sediados onde hoje se localizam a Dinamarca, Suécia e Noruega e notáveis navegadores. Seus navios cortavam as águas oceânicas, trans­formando-se em arma de conquista. Chamavam-se dracares (dragões), por levarem em suas proas elegantes esculturas da figura mítica. Navegaram inicialmente nas costas da Escandi­návia e foram aumentando o raio de suas viagens, atingindo todas as regiões da Europa.

Combinando viagens pelo mar e pelos longos e largos rios europeus, dominaram a Rússia e, pelo Volga, atingiram Constantinopla; assustaram os parisienses quando, singrando o Sena, chegaram a Paris; pilharam El Andaluz (hoje Portugal e Espanha), Itália e Sicilia. Ao norte, fundearam na Inglaterra, Escócia, País de Gales, Islândia e Groenlândia.Várias cidades europeias foram por eles fundadas, como Dublin, na Irlanda, York, na Inglaterra e Kiev, na Rússia.

Eram um misto de piratas e comerciantes. Em 793 d.C, iniciaram suas pilhagens pelo mosteiro inglês de Lindsfarne, de onde trouxeram objetos de ouro e prata e relíquias religio­sas, deixando um rastro de morte e destruição. As mulheres eram estupradas e, em seguida, degoladas, para que não dessem à luz descendentes dos atacantes. Os homens eram transformados em escravos e vendidos com grande lucro. E o objeto do saque comercializado. Estes saques e pilhagens du­raram dois séculos. A simples visão da frota viking significava a chegada do inferno à terra.

Inicialmente, realizavam as pilhagens, destruíam e volta­vam para suas casas. Com o tempo, estabeleceram assenta­mentos onde poderiam passar o inverno e vender o produto de sua pilhagem. Fizeram plantações variadas e começaram assim a abandonar sua vida de bárbaros. A introdução do Cristianismo abrandou a fúria viking e eles se tornaram agri­cultores nas terras que haviam conquistado, sendo absorvidos pelas culturas destes povos.

Apesar de serem pioneiros na chegada à América, os vikings não influenciaram em seu destino. Quando Colombo aqui chegou, trouxe junto o desejo dos espanhóis de estabele­cerem colônias, povoar e extrair riquezas, mesma motivação dos portugueses, quando chegaram ao nosso país. Foram estes dois povos que moldaram o futuro da América do Sul.

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