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Os projetos brasilianos de energia

Algum dia, enquanto estudante de Química, ao redor de 1961, tive conhecimento que o sistema de recolhimento do lixo de um local da Alemanha utilizava o metano produzido no processo de biodigestão dos resíduos orgânicos, como combustível em seus veículos de recolha do lixo doméstico, acredito que nem todos. Era o início de uma nova era energética que se prenunciava há cerca de meio século atrás.

O petróleo, que já foi cognominado OURO NEGRO, já estava em um processo de exaustão moral, econômica e tecnológica. Um de seus últimos estertores como vedete energética ocorreu com as guerras entre Israel e os Palestinos, em 1967 e 1973, que além de envolver os aspectos econômicos da prospecção e distribuição daquele insumo, envolve também um entrevero bíblico que data desde o Velho Testamento.

A energia nuclear é muito cara e utilizada em países de pequena superfície, quando todas as matrizes energéticas estejam exauridas, além de poder produzir, caso aconteçam, acidentes que extrapolem as suas barreiras, as conseqüências ambientais são irreversíveis, basta lembrar Chernobyl e o Japão…

Algumas vezes, neste mesmo espaço, comentei a necessidade de que o país investisse em soluções tecnológicas energéticas alternativas que, vão desde o setor doméstico, passando pelo industrial, até aos transportes.

Infelizmente, como para mim e muitos outros profissionais que se interessam seriamente pelo assunto, as autoridades estão fazendo ouvidos moucos a respeito de nossas colocações.

São autoridades nacionais e internacionais que percebem as entrelinhas dos discursos de nossas autoridades e comentam o que acontece no feudo energético deles, lá colocando “homúnculos politicoides” em lugar de técnicos altamente preparados, aqueles que demonstram conhecimento do assunto, o que é temerário para gerir a sua política energética. É impossível não perceber a sua ignorância a respeito do assunto quando de seus discursos.

O tal de PRÉ-SAL, cantado em verso e prosa pelos membros do atual “governículo”, é uma demonstração cabal da mediocridade energética que assola nossa “Terra Brasilis”.

Já escrevi sobre o assunto, porém desta feita, não sou eu; é simplesmente a opinião contundente de nenhum ambientalista de plantão, mas do Prêmio Nobel de Química de 1998, Walter Kohn. Ele destacou que petróleo e gás natural abastecem hoje cerca de 60 por cento do consumo global de energia. Para ele, essa tendência deverá crescer de forma menos vigorosa ainda por um período de 10 a 20 anos, seguindo-se um rápido declínio no consumo de combustíveis fósseis. Assim é que há necessidade de que tenhamos fontes alternativas de energia que sejam abundantes, acessíveis, seguras, limpas e se não livres de produção de gás carbônico, ao menos com redução drástica deste gás produzido por combustíveis fósseis cujo carro chefe é o petróleo. Segundo Kohn, na última década, a produção mundial de energia fotovoltaica (a luz solar é um exemplo de sua produção), multiplicou-se por um fator de 90, e a energia eólica (aquela proveniente dos ventos), por um fator de cerca de 10.

Este crescimento do que ele chama da era “SOL-VENTO”, deverá substituir o petróleo em um período de dez a vinte e cinco anos. Enquanto isto, estamos exaurindo nossas energias, para não dizer economias nos PRÉ-SAL da vida.

Não que o petróleo deixe de ser importante, no entanto, ele não é hoje, a única matriz energética do nosso planetinha, e diga-se de passagem, atualmente ele é muito mal visto, seja pela degradação ambiental que causa que vai desde a poluição das águas em possível acidente em suas prospecção, até à emissão de gases causadores do efeito estufa, quando utilizado como combustível!

Será que ninguém do “Governículo” que ai está pensou nisto ou há coisas maiores no Planalto, do que sonha minha vã filosofia.

Com a palavra os padrinhos do tal de Pré Sal, se é que os tem…

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