No dia 26 de dezembro de 1947, constituiu-se em nossa cidade a Associação Regional de Rádio e Imprensa – ARRI -, iniciativa dos profissionais da área, capitaneados pelo jornalista Sebastião Porto, que foi eleito seu primeiro Presidente. Seu estatuto anunciava como finalidade: “I – Congregar todos os elementos profissionais do rádio e da imprensa da zona Mogiana, na região compreendida de São João da Boa Vista até Igarapava, incluindo-se os que trabalham nos chamados serviços de ‘alto falantes’. II – Estreitar os laços de amizade entre os elementos das classes acima, dando-lhes assistência moral, cultural, jurídica, médico hospitalar e outras que estiverem dentro de suas possibilidades”.
O movimento nasceu da necessidade de se elevar o nível da imprensa local, tornando-a à altura dos mais modernos meios de comunicação então existentes e reconhecendo sua vocação de defesa dos anseios da região.
A ARRI existiu por vinte anos, quando então foi incorporada ao Sindicato de Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, Seção local.
Durante este tempo, prestou relevantes serviços à classe e ao desenvolvimento da região de Ribeirão Preto. Seus membros participaram de várias comissões municipais e estaduais para debate de problemas da região. Promoveu a vinda de vários palestrantes que marcaram época, tratando da importância da profissão. Participou ativamente de campanhas em prol da cidade, como a da absorção das Faculdades de Farmácia e Odontologia pela USP.
A ARRI criou a Comenda da Ordem do Estilingue, destinada a homenagear aqueles que prestaram relevantes serviços à coletividade ou aqueles que, por sua atividade, favoreceram a nobre profissão da imprensa. Previa-se que a honraria seria entregue a personalidades escolhidas pela Diretoria e constituía-se de uma réplica do brinquedo/arma.
Receberam a Ordem do Estilingue as seguintes pessoas: Dr. Luiz Leite Lopes, conceituado médico local, incentivador da aviação e fundador do Aeroclube de Ribeirão Preto, cujo nome foi dado a nosso aeroporto. D. Sinhá Junqueira, benemérita dama que muito contribuiu para o atendimento dos mais carentes, através do Educandário Quito Junqueira e da Maternidade que leva seu nome. Ao falecer, legou à cidade meios financeiros e sua antiga casa, que hoje abriga a Biblioteca Sinhá Junqueira. Antônio Diederichsen, pioneiro do comércio e indústria locais, fundador da ACIRP e grande benfeitor, tendo deixado o Edifício Diederichsen para a Santa Casa, além de outras benemerências. Max Bartsch, diretor da fábrica local da Antarctica, músico e fundador da Sociedade Lítero Musical, mantenedora da nossa Orquestra Sinfônica. Oswaldo Pereira da Cunha, sucessor de Bartsch na direção da Antarctica e fundamental para a existência da ARRI. Alexander Fleming, descobridor da penicilina, que recebeu a comenda durante sua visita à Faculdade de Medicina local. Dr. João Rodrigues Guião, advogado, escritor, político, Prefeito de nossa cidade, quando presidiu os festejos do primeiro centenário de nossa independência e da inauguração de nossa metalúrgica. Amin Antônio Calil, grande líder empresarial e ativo defensor da cidade, foi o comandante dos trabalhos para trazer a Faculdade de Medicina para nossa cidade. Zeferino Vaz, a quem nossa comunidade muito deve, primeiro Diretor da Faculdade de Medicina e responsável por transformá-la em excelente centro de ensino e pesquisa. José da Silva Bueno, pioneiro do rádio em nossa cidade com sua PRA-7 e construtor do Palácio do Rádio. E Dr. Altino Arantes, advogado, escritor, político, deputado federal e Governador de São Paulo e depositário dos bens deixados por D. Sinhá Junqueira.
Na existência de nove anos da Ordem do Estilingue, a ARRI escolheu bem os seus homenageados.