Fabiano Ribeiro
Rafael e Tiago Adorno, os irmãos Adorno, ou Adorno Brothers são conhecidos no cenário musical regional, principalmente quando se fala em rock and roll. Filhos do maestro José Carlos Tallarico Adorno, de Descalvado, e ex-integrante do conjunto Originais do Samba, os dois tiveram contato com a música desde sempre. Em bate papo com o Tribuna, os irmãos falam sobre os vários projetos que desenvolvem e os planos futuro.
“A gente teve contato com a música desde pequeno, porque a gente esperava o pai chegar do trabalho e mesmo depois de chegar em casa, ele ainda trabalhava fazendo arranjos para as gravações que iria fazer no outro dia. Então ficávamos com ele ouvindo música e querendo escrever como ele estava escrevendo as partituras”, lembra Rafael, o Rafa.
“Nosso pai que é maestro, dirigiu e se apresentou com Os Originais do Samba por 18 anos, tendo trabalhado inclusive com o Mussum, antes dele optar apenas pelos Os Trapalhões. Logo que voltamos de São Paulo em 1990 o interesse pelo rock e pelas bandas americanas e inglesas surgiu muito rápido, já que a MTV estava na crista da onda, com toda aquela abertura e início da internet e globalização. O fato de termos esse acesso facilitado em casa, pra eventuais dúvidas e questionamentos sobre música foi fundamental”, acrescenta Tiago. “Meu pai nos ensinou música e não apenas a tocar um instrumento. Eu, por exemplo, me viro em alguns deles e trabalhei como produtor musical por quase 10 anos. A bateria deixei a cargo do Rafa, que sempre amou e toca muito, muito bem”.
“A gente criança via os shows e músicos como Almir Guineto, Diego Espanhol, Mirandinha e Paulão, aliás, o Paulão eu ficava atrás dele, acho que por isso me tornei baterista (rs). A influência do meu pai foi grande. Somos da geração grunge e graças a ele tivemos oportunidade de conhecer obras musicais mais abrangentes, maravilhosas e que fazem parte da história tanto brasileira como mundial”.
Com a formação em casa, Tiago diz que sente necessidade constante de compor. Sinto essa necessidade de me expressar. Tenho músicas gravadas por alguns artistas e bandas, parcerias com outros compositores. A ideia é colocar em prática com banda, pois sempre achei que tem mais força e mais a ver com o formato que eu sempre curti. As bandas de Seattle e todo o movimento grunge são uma influência muito forte, assim como as bandas nacionais. Me sinto mais à vontade com meu irmão e os colegas no palco”, diz.
Bandas e artistas
Tiago faz apresentações solo e com o irmão Rafa, o Adorno Brothers, mas ambos participam de outros projetos e bandas, entre elas a Nice Trip, ao lado do baixista Beto Braz, que acompanha músicos renomados, e a Banda 33, com o baixista Gordo, um dos ícones do rock regional. Rafa toca e canta em uma banda cover do Red Hot Chili Peppers, a Riber Hot Chili Preters, com o renomado “blueseiro” Fred Sunwalker e um projeto autoral com a banda Liberdelux.
Shows com roqueiros renomados como Sérgio Brito, Japinha e Digão
A Nice Trip toca com Digão (Raimundos), Sérgio Brito (Titãs), Japinha (CPM 22) e Egypcio (Tijuana). “Todos eles são pessoas que nos inspiraram muito no rock, que é o estilo musical que a gente ama e são pessoas extraordinárias de legais. Somos abençoados por ter essa oportunidade de estar tão perto deles e de também poder tocar com eles”, fala Rafa.
Na quarentena Tiago diz que está aproveitando para escrever projetos e compor. “Isso estava parado por conta da correria, antes de tudo isso. Eu e o Rafa temos feito algumas lives e a expectativa é a de que tudo isso passe o mais breve possível pra que a gente possa estar novamente no palco. É o que eu mais sinto falta: de tocar pro público, de trocar energia com a galera, de toda aquela interação que só um bom show de rock pode propiciar”, finaliza.
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