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Os desafios de estudar o Amor (13): vivendo juntos

Atualmente, tem sido muito comum jovens casais viverem juntos independentemente de pla­nejarem se casar oficialmente. O número de jovens casais vivendo juntos também tem aumentado significativamente nas últimas décadas. Um exemplo? Segundo o Censo Norte-Americano, em 1960, 440.000 casais viviam juntos, mas esta cifra alcançou 7,6 milhões adultos vivendo juntos em 2011. De fato, aproximadamente 50% de todos os casamentos registrados indicaram que os casais coabitaram antes de estarem casados. Mas muitos casais que vivem juntos sem estarem casados não permanecem juntos muito tempo. Mais da metade de tais casais acabam seu relacionamento dentro de um ano após viverem juntos e aproximadamente 90% terminam nos próximos cinco anos. Você acha que ter vivido junto de forma feliz por algum tempo é um bom preditor de estabilidade? Acha também que o grau de felicidade que se compartilha nestes relacionamentos permanecerá depois de casados?

Muitas pessoas pensam que viver junto com um parceiro antes de se casar é uma boa maneira de tentar verificar se seu relacio­namento permanecerá ou se manterá ao longo da jornada da vida compartilhada uma vez que eles venham a estar casados. Muitas pesquisas realmente questionam e tentam responder essa hipótese. Karin Sternberg, em Psychology of Love (2014), descreve alguns estudos que revelaram que a coabitação é negativamente correlacio­nada com a satisfação e a estabilidade marital. Outros estudos analisaram os efeitos da coabitação pré-marital sobre a qualidade dos casamentos e suas taxas de dissolução. Como predito, dados desses estudos encontraram uma correlação negativa entre coabitação e estabilidade no matrimônio. Isto é, pessoas que tinham coabitado foram mais prováveis de se separarem de seus parceiros maritais. Uma relação negativa também existiu entre coabitação e qualidade marital. Mas por que há estas diferen­ças entre pessoas que coabitam e pessoas que não coabitaram?

Os estudos indicaram que pessoas que coabitam tendem, geralmente, a ser menos religiosos e menos tradicionais. Os coabitantes também tendem a ter mais correlações negativas um com o outro. Por outro lado, aqueles que não coabitam tendem a ser mais confidentes sobre seu futuro junto com o parceiro e não aceitando o divórcio quando são coabitantes. Interessante, também, é que o relacionamento negativo entre coabitação e estabilidade marital foi particular­mente mais pronunciado nos Estados Unidos, podendo, portanto, não ser um fator ou podendo existir em menor grau em outros países. Coabitação é uma tendência que está em crescente elevação em todos os países do mundo e não apenas entre jovens casais. Adultos de 50 anos de idade ou mais também estão coabitando mais com parceiros com os quais eles não são casados. Um exemplo? Na década de 2000 a 2010, o número de adultos coabitando na idade de 50 anos de idade ou mais ultrapassou o dobro, alcançando 2,75 milhões nos Estados Unidos.

Uma grande diferença entre a coabitação dos jovens e dos adultos mais velhos é que a parceria dos idosos coabitando parece ser muito mais estável. Assim sendo, parece que, para pessoas mais maduras a coabitação é mais uma alternativa para o casamento do que um precursor ou estágio anterior ao casamento. Uma vez que os parceiros tem se unido numa relação estável, muito trabalho ainda existe pela frente para manter tal relacionamento. Como você já deve saber a partir de sua própria experiência ou das narrativas de pessoas próximas a você, relacionamentos de qualquer tipo necessitam de trabalho sério para mantê-los em boa forma. Sabemos que no Amor Romântico, onde a paixão tipicamente dissipa-se após um período, manter um parceiro feliz e satisfeito não constitui tarefa fácil de ser alcançada nem realizada. Há, todavia, diferentes estratégias e mecanismos que as pessoas podem automaticamente utilizar para manter sua relação em continuidade.

Considerando este aspecto, alguns estudiosos desenvolveram um modelo de manutenção relacional que sugere que o tipo de relacionamento que duas pessoas tem, bem como, o grau de equidade desse relacionamento, influencia em quais tipos de relacionamentos de manutenção os casais se engajam, e o quão frequentemente o fazem. Eles distinguem cinco diferentes estratégias de manutenção. São elas: positividade, abertura, segurança afetiva, compar­tilhamento de tarefas e redes sociais. Em positividade, os parceiros têm conduta positiva e atitude madura sobre seu relacionamento. Em abertura, os parceiros manifestam desejo de se comunicarem e de trocar informações sobre eles próprios um com o outro. Em segurança afetiva, os parceiros ex­pressam seu Amor um para o outro, fornecendo conforto em momentos de dificuldades. Em compartilhamento de tarefas, os parceiros compartilham as responsabilidades e tarefas cotidianas diárias. Em redes sociais, os parceiros também têm laços de amizade com outros, valorizando e compartilhando suas redes sociais entre si.

Ademais, um fator que mantém as pessoas em seus relacionamentos mais duráveis é o sentimen­to de ser apreciado. Uma razão para o divórcio que frequentemente é colocada pelos parceiros é que os mesmos não mais se sentem amados ou apreciados. De fato, Karin Sternberg relata que pesquisas também mostram quando os parceiros sentem gratitude em seus relacionamentos, tornando-se mais íntimos um do outro, e estando geralmente mais felizes no mesmo. Por conseguinte, quando uma pessoa sente gratitude em relação a um parceiro, e ao relacionamento que ambos mantêm, o valor do relacionamento torna-se mais claro e profundo, o que, por sua vez, leva ao aumento de outros comportamentos que auxiliam na manutenção do mesmo, também.

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