De modo geral, Inteligência Emocional (IE) se refere às habilidades para entender e manejar emoções especialmente importantes à promoção construtiva das relações com terceiros. Diferente da inteligência convencional em que, no domínio das emoções, o sucesso depende não tanto das análises racionais, mas, principalmente, de sua relação junto às habilidades enigmáticas da emoção, IE dialoga com o interesse atual da psicologia sobre os processos implícitos que exercem influências poderosas, ainda que inconscientes, sobre o pensamento humano.
IE difere de personalidade no sentido de ser mais que uma qualidade do temperamento, como, por exemplo, escolher ou preferir a companhia de alguém, ou ficar irritado por pequenas coisas. Refere-se também aos traços adaptativos que ajudarão a pessoa a navegar nas correntes nebulosas das emoções, enfrentando desafios, criando oportunidades ou fornecendo a sabedoria para aceitar os reveses da vida.
Por outro lado, IE é mais bem definida como um grupo de aptidões mentais. Uma aptidão de qualquer tipo é uma característica de um indivíduo quando este consegue completar com sucesso um determinado resultado desejado ou uma tarefa de dificuldade definida, quando as condições do teste são favoráveis. Dentro dessa perspectiva, IE é análoga à habilidade e competência mentais, as quais enfatizam a aptidão para alcançar um determinado desempenho. Especificamente, IE é a habilidade de usar as emoções visando o alcance de determinados resultados.
Por sua vez, outros estudiosos se referem sobre IE como esta sendo o conjunto das capacidades não cognitivas, incluindo assertividade, iniciativa, orientação para a tarefa e para as pessoas, empatia e sociabilidade, bem como, a capacidade de administrar relações de poder, coesão de grupo, resiliência e integração de diferentes emoções.
Uma teoria das aptidões da IE começa com a divisão da mesma em diferentes componentes. A primeira divisão aborda a capacidade de perceber e expressar sentimentos. Essa percepção emocional envolve registrar, prestar atenção e decifrar mensagens emocionais demonstradas em expressões faciais, tom de voz, objetos de arte e demais artefatos culturais. A segunda divisão de IE envolve a facilitação emocional, na qual a emoção entra no sistema cognitivo como sentimento percebido, seguindo para serem reconhecidas e rotuladas. A facilitação emocional do pensamento enfoca o modo como as emoções entram no sistema cognitivo, alterando a cognição, de forma a auxiliar o pensamento. A terceira divisão envolve entender e raciocinar com emoção. As emoções formam um rico conjunto de símbolos, repletos de relações complexas, demandando com que a pessoa seja capaz de entender as emoções, seus significados e como se misturam, e evoluem, com o tempo.
A divisão final trata da administração das emoções, começando com a percepção das mesmas. Somente tendo uma boa percepção emocional, o indivíduo pode fazer uso de alteração de humor e entender as emoções. É este entendimento que lhe confere amplitude de conhecimento necessário para administrar e lidar inteiramente com sentimentos.
Por adição, existe uma crescente quantidade de estudos afirmando que IE, conceituada como aptidão mental, e mensurada com testes objetivos, constitui, na verdade, uma inteligência unitária que deve ser considerada como uma dimensão psicológica importante nas arenas social, econômica, educacional, da saúde e do trabalho.