Rui Flávio Chúfalo Guião *
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No dia 23 de outubro passado, a Academia Ribeirãopretana de Letras completou 77 anos de existência, vida esta voltada para o cultivo da literatura e defesa de nossa língua pátria. Pelo sodalício passaram intelectuais de renome, com grande contribuição à cultura. Hoje, ela abriga 40 associados que tem participação efetiva na vida de nossa cidade, produzindo obras literárias, em prosa e poesia, preservando assim o legado dos que os antecederam.
A Academia nasceu nos bancos da Praça XV de Novembro, onde estudantes se reuniam para ler seus trabalhos e declamar suas poesias. Em 23 de outubro de 1947, resolveram fundar uma entidade que os representasse, nascendo assim a Academia Estudantina de Letras.
A nova associação logo recebeu o apoio dos intelectuais da cidade e, em 9 de julho de 1951, mudou seu nome para Academia Ribeirãopretana de Letras, em ato que aos estudantes fundadores se aliavam nomes de nossa cultura.
Inicialmente, a Academia tinha 20 cadeiras, que levavam nomes expressivos de nossa literatura nacional como patronos. Na gestão de Luiz Carlos Raya, estas foram aumentadas para 40, batizando-se as novas com nomes de intelectuais da cidade.
Na sua existência, a Academia participa ativamente das atividades culturais de Ribeirão Preto, mediante concursos, prêmios estudantis, realização de palestras e apoio à Feita Internacional do Livro, onde organiza o prêmio Zoraide Rocha de Freitas, destinado a várias modalidades literárias.
No último dia 26 de outubro, na sede do Centro do Professorado Católico, a Academia realizou sessão comemorativa dos 77 anos de sua existência, com palestra do acadêmico Sidnei Agostinho Beneti, titular da Cadeira Gracialiano Ramos. Natural de nossa cidade, onde estudou no Guimarães Júnior e Otoniel Motta, graduou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, ingressou na magistratura, onde permaneceu por 42 anos, culminando sua carreira como Ministro do Superior Tribunal de Justiça. Em sua vida de magistrado deixou brilhantes sentenças, até hoje citadas e acompanhadas pela Justiça Brasileira.
Participou e presidiu entidades jurídicas de importância mundial, dentre elas a União Internacional de Magistrados, a Fundación Justicia em el Mundo e a Escola Brasileira de Magistratura.
Lecionou Direito em várias universidades e tem extensa obra publicada, com livros técnicos e de literatura. Seu foco é Euclides da Cunha, sobre o qual editou várias obras.
Sidnei Beneti escolheu tema sobre o rádio em nossa cidade e recordou, com grande vivência e propriedade, a fundação da PRA-7 e os programas e apresentadores que alcançaram repercussão local e nacional.
Deu vida aos vários momentos da atividade, shows, programas de notícias, debates culturais, narrando, com extraordinária propriedade e vivência os seus momentos mais importantes.
Com destaque especial, relembrou a participação de grandes nomes do rádio nacional que se exibiram em nossa cidade e narrou a entrada de novas emissoras que vieram enriquecer a vida radiofônica local.
Na mesma ocasião, instalou-se a ABROL- Academia Brasileira Rotária de Letras, iniciativa do rotariano e Governador Rotário José Roberto Malfará, que nasce assim com o apoio da Academia Ribeirãopretana de Letras.
O evento foi abrilhantado pela voz e virtuosismo de Ed Lemos, que brindou a todos com várias canções.
Ao final do evento, foi servido um almoço de confraternização, onde também se comemorou o aniversário da brilhante e operosa presidente da Academia, Fernanda Castello Moço Ripamonte, organizadora da grande festividade.
* Advogado e empresário, é presidente do Conselho da Santa Emília Automóveis e Motos e Secretário-Geral da Academia Ribeirãopretana de Letras
Os 77 anos da Academia Ribeirãopretana de Letras
