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OPERAÇÃO TÊMIS – Polícia Civil deflagra nova fase

Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Civil na manhã des­ta quarta-feira, 13 de junho, em Ribeirão Preto, na terceira fase da Operação Têmis, que investi­ga supostas fraudes judiciais que somam R$ 100 milhões, segun­do o Ministério Público Estadu­al (MPE). Foram apreendidos documentos e computadores que serão periciados. O delega­do Gustavo André Alves diz que o auxiliar de enfermagem Eval­do Barbosa do Nascimento, um dos alvos da investigação, atuou no programa “Muda Ribeirão”, liderado pelo vereador Isaac Antunes (PR) e supostamente criado para o esquema de frau­des judiciais que somam R$ 100 milhões – o republicano nega a prática de atos ilícitos.

O endereço do Sindicato dos Profissionais Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Ribeirão Preto e Região (Sinda­tenfe), presidido por Nascimen­to, é o mesmo da “Associação Pode Mais”, investigada na pri­meira fase da força-tarefa, mas seus representantes negam a existência de qualquer sindicato no local e afirmam que o sindi­calista esteve na sede algumas vezes, mas apenas para retirar material de campanha quando disputava uma vaga na Câmara, nas eleições municipais de 2016.

Durante coletiva na manhã de ontem, Gustavo Alves disse que as informações apontam que a entidade sindical também captava clientes para o escritó­rio “Lodoli, Caropreso, Bazo & Vidal Sociedade”, e que depois viraram vítimas do suposto golpe. A Polícia Civil também descobriu que Nascimento é amigo do advogado Klaus Phili­pp Lodoli, um dos quatro sócios do escritório investigado. O sin­dicalista revelou ter recebido R$ 500 como doação de campanha eleitoral. Desse total, R$ 300 saí­ram da carteira de Lodoli.

Outro investigado, o auxiliar de enfermagem Sidmar Daveiro de Oliveira , presidente do Núcleo de Combate ao Assédio Moral no Trabalho (Nucamt), também é suspeito de usar a entidade na cap­tação de vítimas para o golpe. O apartamento dele foi alvo de bus­cas. Segundo o delegado Gustavo Alves, há indícios de que as enti­dades não funcionavam efetiva­mente e que seriam “fachadas”, uma vez que os dois sindicalistas se alternavam nos cargos de dire­toria. O esquema envolveu ainda a Associação dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Ri­beirão Preto e Região (AATEN­FRPR), que também é dirigida por Nascimento.

A Polícia Civil não descarta pedir a prisão dos suspeitos. As in­vestigações devem prosseguir em conjunto com o Ministério Públi­co Estadual. Tanto Nascimento, quanto Oliveira, negaram o en­volvimento nas fraudes judiciais apontadas pela Operação Têmis. O primeiro afirma que conhece os advogados que chegaram a ser presos na primeira fase, em janei­ro, mas negou a participação no suposto golpe. Oliveira limitou-se a dizer que “defende os trabalha­dores” no Nucamt.

No total, oito pessoas foram presas por envolvimento no es­quema: quatro são advogados de um escritório e outros quatro res­ponsáveis por captar inadimplen­tes, com a promessa de limpar o nome, mas, na verdade, com o objetivo de usar as informações das vítimas nas fraudes. Elas eram, geralmente, homônimas de cor­rentistas com direito à restituição de perdas inflacionárias decor­rentes de planos econômicos das décadas de 1980 e 1990. O Gaeco suspeita que funcionários de insti­tuições financeiras transmitiam as informações sigilosas ao grupo.

Com a relação de correntistas em mãos, assim como os números das contas bancárias e os respecti­vos valores depositados na época, os investigados saíam à procura de homônimos residentes na região de Ribeirão Preto para usá-los nas fraudes. Segundo o MPE, iludidas com a promessa de que teriam as dívidas quitadas, a maioria das vítimas assinava procurações em meio a outros documentos, sem nenhum conhecimento. Somente em Ribeirão Preto, os advogados ajuizaram 53,3 mil processos. Ou­tros 30 mil recursos tramitam no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), além de processos ainda não contabilizados em comarcas, como Belo Horizonte (MG).

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