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Operação investiga fraude em licitações

O Ministério Público Esta­dual (MPE) em São Paulo e Mi­nas Gerais, através do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) paulista e do Grupo Especial de Patrimônio Público (GEPP) mineiro, deflagraram na manhã desta quinta-feira (9) a Ope­ração “Purgamentum”, que há cinco meses investiga ilicitudes em contratos públicos com em­presas contratadas por prefeitu­ras para a coleta de lixo urbano e serviços de limpezas em várias cidades dos dois estados.

Em Ribeirão Preto, o sócio proprietário da Seleta Ambiental, Jorge Saquy Neto, foi preso. Outro detido na cidade foi o diretor geral de limpeza da empresa, Fernando Gonçalves de Oliveira. Foram ex­pedidos 15 mandados de prisão, 44 mandados de busca e apreen­são e onze de condução coercitiva, resultado da evolução da investi­gação iniciada pela 7ª Promotoria de Justiça de Passos/MG, voltada à apuração de ilícitos de fraudes em licitação, peculato, entre outros.

Ainda, foi determinado o blo­queio de R$ 11,7 milhões em bens da Seleta Ambiental, sediada em Ribeirão Preto, e da Filadélfia Co­mércio e Transportes, de Monte Alto, investigadas por suspeitas de fraudes em licitação de contratos com administrações municipais de coleta de lixo e limpeza urba­na. Tanto a Seleta quanto a Fila­délfia estabeleceram contratos de coleta de lixo em cidades de Mina Gerais e no interior paulis­ta. Os advogados de Saquy Neto, Oliveira e das empresas citadas não tiveram acesso aos autos, por isso não se manifestaram.

O mandado de prisão para o engenheiro da Seleta, Mateus Du­tra Munoz, foi cumprido em Pa­trocínio Paulista. Em Batatais foi preso um ex-funcionário, Cláudio Isalino, que teria participado das fraudes quando trabalhava na empresa. Dixon Ronan Carvalho, atual prefeito de Paulínia, foi con­duzido coercitivamente para pres­tar depoimento na sede do Minis­tério Público Estadual na cidade de Campinas.

Na cidade onde a investigação teve início, foram presos o ex-pre­feito de Passos, Ataíde Vilella, um ex-secretário, um ex-diretor e três servidores municipais de Passos. Todos irão responder por fraude em licitação, associação criminosa e falsificação de documentos.

Frederico Camargo, pro­motor do Gaeco de Ribeirão Preto elucidou como as empre­sas participantes das licitações apresentavam-se na condição de concorrentes em atividades específicas, propondo lances em pregões, quando na verdade era uma “tramoia” para definir como vencedora a empresa pre­viamente determinada.

Segundo o promotor “as fraudes foram milionárias. A apa­rência era que havia uma disputa, mas na verdade era um joguete direcionando o certame para que uma determinada empresa ven­cesse”, esclareceu. Frederico Ca­margo pontuou, como exemplo, um dos contratos investigados na Operação entre a Seleta e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Barretos no va­lor de R$ 15 milhões referentes ao período de 2017. As investi­gações começaram há cinco me­ses, segundo o promotor.

A Saae informou que o con­trato começou vigorar faz um mês e nenhuma parcela mensal ainda foi saldada. As defesas dos suspei­tos não se manifestaram porque não tiveram conhecimento do teor das acusações. Ressalta-se, que mesmo assim, irão trabalhar para a reversão das prisões.

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