O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Polícia Militar e da Corregedoria da Polícia Civil, deflagrou na manhã desta quinta-feira (5) a operação “Princípio Ativo”, que visa desmantelar ao menos três organizações criminosas responsáveis pela falsificação de agrotóxicos.
No total, as diligências visam ao cumprimento de 160 mandados de busca e 35 mandados de prisão preventiva. Em Ribeirão Preto, até o momento, duas pessoas foram presas e encaminhadas até a Central de Polícia Judiciária (CPJ).
As ações estão sendo realizadas nas cidades de Igarapava, Buritizal, Ituverava, Franca, Cristais Paulista, Ribeirão Preto, Serrana, São José do Rio Preto e Monte Aprazível, além de outros locais situados nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
A formatação e escalonamento dos grupos criminosos é complexo e extenso, sendo que a organização possui ao menos nove células interligadas, desde a chefia da organização, passando núcleos de financiadores, falsificadores e corretores, até o núcleo envolvendo agentes públicos, sendo esse último composto por um policial civil.
Ao todo, aproximadamente 600 Policiais Militares, assim como dezenas de Promotores de Justiça e servidores do Ministério Público, estão empenhados na operação.
Prejuízo
Durante as investigações, foi possível delinear que, somente em 2018 e em relação a apenas duas empresas utilizadas pelo grupo, foram emitidas 808 notas fiscais falsas, cujos valores totais ultrapassam R$ 110 milhões, sendo que, ao longo dos anos, as organizações criminosas constituíram e utilizaram ao menos 51 pessoas jurídicas.
Apurou-se também que as atividades criminosas inerentes à falsificação e contrabando de agrotóxicos causam, no cenário nacional, somando os impactos diretos e indiretos, prejuízos de R$ 11 bilhões aos setores econômicos, R$ 3,2 bilhões em PIB, 39,7 mil postos de trabalho e R$ 1,4 bilhão em salário dos trabalhadores.