Tribuna Ribeirão
Cultura

Ópera de Mozart terá ensaio aberto

A ópera “Don Giovanni”, obra-prima do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) com libreto de Lorenzo Da Ponte (1749-1838), que em no final do mês no Theatro Pedro II, em Ribeirão Preto, também privilegiará a população com um ensaio geral aberto, na próxima quarta-feira, 26 de setembro, às 19 horas.

A apresentação contará, prioritariamente, com a presença de alunos da rede pública de ensino estadual, estudantes de cursos de música e homens, mulheres e adolescentes atendidos em programas sociais. Todas as sessões contarão com áudio-descrição para atender o público com deficiência visual. A iniciativa da organização é democratizar o acesso à música clássica a pessoas em situação de fragilidade social e econômica, especialmente.

A distribuição dos ingressos para o ensaio se dará nesta ordem e os interessados devem fazer suas inscrições no site da Matiz Eventos (www.matizeventos.com.br), que elaborou o projeto e executa toda a produção artística numa parceria com a Fundação Dom Pedro II – prefeitura de Ribeirão Preto. Informações pelo telefone (16) 3977-8111. O projeto foi aprovado pelo Ministério da Cultura (MinC) – via Lei Rouanet – e apoiado por empresas e pessoas físicas da cidade e da região.

Uma obra-prima de Mozart. O maestro Cláudio Cruz, da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), assina a direção artística e musical e será o regente. A direção cênica é de Mauro Wrona, com Caetano Vilela como designer de luz e o figurinista Fábio Namatame.Nesta quarta-feira (19), maestro, músicos e cantores-atores participaram de um ensaio no Pedro II.

Toda esta mobilização de talentos foi planejada e trabalhada por meses junto aos órgãos oficiais e apoiadores de cultura, fazendo no interior de São Paulo uma montagem criteriosa da lenda de Don Juan que surgiu como um conto moral de advertência contra a vida desregrada.  
 
Como nenhum outro compositor até então, Mozart percebeu que, explorando a força emocional do canto, poderia infundir sangue e vida nos heróis da ópera tradicional, seja ela séria ou cômica. A última seletiva ocorreu em 4 de junho para definir o coral da ópera.  A seleção foi acompanhada por Mariana Jábali, presidente da Fundação Dom Pedro II, Mariângela Quartim e Maria Helena Kowarick Spiritus, da empresa Matiz Eventos. Dezesseis candidatos foram aprovados.

Em março, foram avaliados 20 candidatos do país todo para os papéis de Zerlina (soprano) e Masetto (barítono). Thayana Roverso foi escolhida para interpretar a personagem Zerlina e Camilo Calandrelli fará Masetto. Desde segunda-feira (17), a montagem, que estreou no Theatro São Pedro, em São Paulo, em outubro do ano passado, com enorme sucesso de público e de crítica, passa por um processo de adaptação às características do palco do Pedro II, que não receberá mais nenhum espetáculo até o fim da temporada de “Don Giovanni”.  
 
“Don Giovanni” trata da história do galanteador espanhol conhecido pela fama de conquistador. A obra, que expõe a desordem dos afetos, ambientada em Sevilha, na Espanha do século XVIII, traz uma crítica social e sarcasmo misturando a comédia ao drama. Seu mote, que se desenrola em dois atos, se dá já na primeira cena, por conta da tentativa de estupro por parte de Don Giovanni à Donna Anna. 
 
Os personagens vivem envoltos em emoções e desejos violentos, tendo ainda como tema central o “don juanismo” clássico na psicologia moral com foco no enlouquecimento do desejo. Neste cenário, e apesar de escrita em 1787, encenada pela primeira vez no Teatro Di Praga, não poderia trazer à tona assunto mais atual.  
 
O tom cômico da peça se dá a partir da relação entre Don Giovanni e seu serviçal Leporello. A todo o momento o servo tenta alertar o patrão sobre os riscos que ele corre se envolvendo com mulheres casadas e donzelas, cujos pais juram morte ao sedutor a cada uma de suas investidas. É considerada uma das obras-primas da história das óperas. O espetáculo terá três récitas.

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