Ao apresentar as metas para os primeiros 100 dias de governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, não quis comentar nenhum dos pontos da reforma da Previdência. A medida, inclusive, não consta do caderno de 35 metas apresentadas nesta quarta-feira (23). Em outras ocasiões, integrantes do governo haviam classificado a reforma no sistema de aposentadorias do Brasil como “prioridade zero” na gestão.
O ministro declarou que o texto da reforma da Previdência vai ser fechado “nas próximas semanas”, após o presidente retornar da cirurgia para retirada da bolsa de colostomia. O ministro espera que Bolsonaro volte a Brasília por volta do dia 7 de fevereiro. A cirurgia está agendada para o próximo dia 28, em São Paulo. “A equipe está afinada e, em seu tempo, os pontos virão”, destacou. “A gente está confiante. Todos nós somos instrumentos para que o governo dê certo. O presidente é que vai nos dar a palavra e o direcionamento.”
Mais cedo, Bolsonaro declarou em entrevista à Bloomberg TV, em Davos, que os militares entrarão em uma segunda etapa da reforma. O presidente em exercício, Hamilton Mourão, por sua vez, disse que os integrantes das Forças Armadas querem que as mudanças sejam feitas por projeto de lei depois da reforma do sistema geral, a ser realizada por emenda constitucional. Onyx, porém, não quis comentar.
O ministro afirmou que o governo pretende chegar no dia 11 de abril com mais de 90% das metas cumpridas. Das 35 ações propostas no plano, duas já foram efetivadas: a medida provisória antifraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o decreto que flexibiliza a posse de armas no País. O ministro não pontuou, no entanto, quais metas o governo acha que vai realmente concretizar nos primeiros 100 dias de gestão.
O ministro destacou ainda a meta de aumentar de 6,6 milhões para 12 milhões por ano o número de turistas no País. O governo ainda quer implantar um comitê de combate à corrupção nos ministérios. A ação é planejada pela Controladoria Geral da União em parceria com os ministérios da Agricultura e da Saúde, primeiras pastas onde os comitês internos serão implementados.
Para o Ministério das Relações Exteriores, duas ações foram estipuladas, e uma delas é a retirada do Brasil do padrão de passaporte do Mercosul. A ideia é retomar o brasão da República como identidade visual nesse documento. “Fortalecer a identidade nacional e o amor à Pátria”, justifica o documento. Onyx garantiu que o governo não vai “gastar um centavo a mais” com a mudança no passaporte. “Se tem um governo cascudo é esse do (Jair) Bolsonaro, ele é mão fechada”, afirmou.