O ministro da Secretaria- Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, permanecerá no cargo. A decisão foi comunicada a ele nesta sexta-feira (15) durante reunião a portas fechadas no Palácio do Planalto com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz.
Na conversa, Onyx disse a Bebianno que ele se manterá no cargo com suas atribuições integrais. O chefe da Casa Civil classificou a crise como “um acidente do percurso”.
Laranja
Ele está envolvido em suspeitas de desvios de recursos de campanhas do PSL e entrou em atrito com o filho do presidente, Carlos Bolsonaro. O presidente também decidiu fazer com que Carlos não interfira mais nas questões do governo.
Bebianno, que foi chamado publicamente de mentiroso pelo presidente e seu filho Carlos, avisou que não pediria demissão, apesar da pressão, e que caberia a Bolsonaro tomar a iniciativa se quisesse.
Quanto a Carlos Bolsonaro, o acertado de que o filho do presidente será “controlado” a partir de agora causa desconfiança de que essa parte do acordo será realmente cumprida. Carlos tem feito ataques a membros do governo e chegou a divulgar o áudio de Whatsapp do pai para corroborar seu ataque a Bebianno, a quem chamou de mentiroso.
A disputa entre Carlos e Bebianno é antiga. O ministro deixou vazar ainda na transição que o vereador integraria o governo, o que provocou críticas até mesmo de eleitores de Bolsonaro nas redes sociais condenando o nepotismo. Esse movimento tirou de Carlos a chance de despachar do Planalto.
Além das desavenças com Carlos, a tensão instalada entre Bolsonaro e Bebianno tem origem em suspeitas de financiamento de candidaturas laranjas pelo PSL. A crise ocorre no momento em que o Planalto tenta manter coesão para as negociações da pauta de votação mais importante no Legislativo, a da reforma da Previdência.
Ao deixar o Palácio do Planalto para almoçar, Bebianno foi questionado pela reportagem sobre uma suposta crise no governo e respondeu: “Para mim, não tem crise nenhuma”.
O ministro, que estava acompanhado da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse também que não sabe se permanecerá no comando da pasta.
— Estou aqui, não estou? — disse o ministro ao ser indagado sobre o assunto.
Diante de nova pergunta sobre o tema, ele afirmou:
— Não sei. Quem é que sabe, né?