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Ônibus voltam a rodar em RP

JF PIMENTA-ESPECIAL PARA O TRIBUNA

Os funcionários das em­presas Rápido Doeste e Trans­corp, que integram o Consórcio PróUrbano – grupo concessio­nário responsável pelo transpor­te coletivo urbano em Ribeirão Preto –, encerraram nesta terça­-feira, 12 de maio, a greve defla­grada na manhã de segunda-fei­ra (11) que paralisou o serviço na cidade e deixou muita gente sem condução.

O retorno ao trabalho, segun­do o Sindicato dos Empregados em Empresas de Transporte Ur­bano e Suburbano de Passageiros (Seeturp), foi possível porque os diretores das duas viações confir­maram que o salário de motoris­tas, mecânicos, faxineiras e outros profissionais referente a abril seria creditado nas contas dos trabalha­dores até o meio-dia desta terça­-feira, o que ocorreu ontem.

Por meio da assessoria de im­prensa, o PróUrbano informou que o pagamento dos salários foi possível por meio de um aporte feito por empresas coligadas à Rá­pido D’Oeste e à Transcorp – em­bora integrem o consórcio con­cessionário, pertencem a grupos econômicos distintos.

A paralisação afetou 70% dos 217 ônibus que atualmente cum­prem 118 linhas por causa da pan­demia – são 356 no total, mas a frota foi reduzida por causa do iso­lamento social. Nesta terça-feira, o movimento voltou ao normal no Terminal Doutora Evangelina de Carvalho Passig, onde os veículos ficaram estacionados anteontem.

A Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribei­rão Preto (Transerp) notificou o consórcio. Os trabalhadores não receberam o salário do mês de abril, que deveria ter sido pago na última quinta-feira (7). As duas empresas com veículos parados realizam o transporte de 70% dos passageiros na cidade.

O restante é realizado pela Turb, que atende bairros da re­gião Norte da cidade.
Por meio de nota, o PróUr­bano informa que a pandemia do novo coronavírus provocou uma queda de 75% no número de passageiros transportados. Mesmo assim, a prefeitura exige que o consórcio opere com 70% da frota para evitar lotação nos ônibus e cita que o sistema en­trou em colapso.

O grupo ressalta que já vem atravessando uma situação difí­cil desde a redução da passagem de ônibus, que em 18 de janeiro baixou de R$ 4,40 para R$ 4,20, queda de 4,5% ou desconto de R$ 0,20 devido a uma decisão judicial. O transporte coletivo urbano de Ribeirão Preto regis­trou, em abril, queda de 74,4% no número de passageiros quan­do comparado com o mesmo período do ano passado.

Com a maioria dos estabele­cimentos comerciais fechados e com a suspensão das aulas presen­ciais nas escolas do município até 31 de maio, por causa da pande­mia do novo coronavírus, apenas 986.246 usaram os ônibus nos 30 dias do mês, com média diária de aproximadamente 32,8 mil.

Em abril do ano passado, 3.854.390 passageiros passaram pelas catracas, média de 128,5 mil por dia, aproximadamente. Significa que o consórcio perdeu 2.868.114 usuários no mês pas­sado, queda de 74,4%. O prejuízo está na casa dos R$ 8 milhões, se­gundo a Transerp.

Desde o dia 23 de março, o PróUrbano opera com a fro­ta reduzida em 40%. O grupo também atende a uma decisão da Justiça do Trabalho, que de­terminou adequação nas escalas de trabalho dos motoristas. Aos domingos e feriados, a redução chega a 60%. Nos finais de se­mana, o transporte coletivo já trabalha com 37% dos veículos a menos – mesmo antes da pan­demia de covid-19.

A prefeitura de Ribeirão Pre­to quer antecipar o repasse de até R$ 4,5 milhões para o Consórcio PróUrbano. Um projeto de lei foi enviado para a Câmara de Verea­dores pedindo aval para liberar o montante. A administração quer antecipar o valor do subsídio refe­rente à gratuidade dos estudantes, dos meses futuros.

Ou seja, que ainda deverão ser utilizados neste ano. Mensalmen­te, o município paga ao Consórcio PróUrbano o valor utilizado no período pelos alunos com direito a viajar de graça. Estabelecida por lei municipal em 2012, a gratuidade para estudantes beneficia 13.061 alunos de escolas públicas que se cadastraram para ter o benefício. Os alunos das escolas particula­res têm direito a 50% de descon­to. O projeto ainda não tem data para ser votado.

Na prática, é a prefeitura quem repassa mensalmente para o Con­sórcio PróUrbano o valor que se­ria pago pelos estudantes. O que a administração pretende fazer agora é pagar antecipadamente por um serviço que ainda não foi prestado. Neste ano, nos meses de fevereiro e março, quando as aulas ainda não tinham sido suspensas por causa da pandemia do coro­navírus, a prefeitura repassou R$ 1.132.638,00 ao grupo. Em 2019, o valor total repassado ao PróUr­bano foi de R$ 9.637.793,90.

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