Tribuna Ribeirão
Política

ONGs discordam de veterinário da Cbea

Após o depoimento de duas mé­dicas veterinárias que contestaram os argumentos utilizados pela Co­ordenadoria do Bem-Estar Animal (Cbea) para justificar as eutanásias praticadas pelo departamento – vin­culado à Secretaria Municipal do Meio Ambiente –, Marcos Papa (Rede), pre­sidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Eutanásia, diz que “as práticas adotadas pela coordena­doria são flagrantemente ilegais”.

Na noite da última quarta-feira, 30 de maio, a CPI ouviu as veteriná­rias Sandra Regina Ribeiro da Silva, da ONG Focinhos SA, e Inaê Bárba­ra Febrini Papa, da Associação Vida Animal (AVA), e ambas rebateram o depoimento do médico veterinário da Cbea, Gustavo Cunha Almeida Silva, ocorrido no último dia 10. Na ocasião, ele disse que a maioria das eutanásias são realizadas em ani­mais com cinomose porque a doen­ça não teria cura.

As veterinárias também enfati­zaram que animais em estado gra­ve precisam de acompanhamento constante e que cinomose, apesar de ser uma doença grave, tem cura. Sandra e Inaê destacaram ainda que exames laboratoriais são essenciais para definir diagnósticos. Segundo elas, a Cbea não tem estrutura pata realizar exames, não mantém con­venio com laboratórios particulares, não possui equipamento de raio-X e não dispõe sequer de medicamen­tos fundamentais como anti-infla­matórios ou antibióticos.

Segundo Marcos Papa, os de­poimentos deixaram claro que a “Co­ordenadoria de Bem-Estar Animal está sacrificando animais por falta de recursos para tratamento adequado”. Ele frisa que tal prática afronta a Lei Feliciano (n° 12.916, de 16 de abril de 2008), que só permite sacrifício e ani­mais que ofereçam risco à saúde pú­blica, a outros animais, ou que sofram de doença incurável.

Faz tempo que ativistas e Cbea estão em pé de guerra. Até agora, porém, a coordenadora Carolina Vilela segue firme no cargo e tem a confian­ça do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB). Em seu depoimento no dia 10, Almeida Silva disse que a maior parte das eutanásias não ocorre por causa de fraturas – a coordenadoria está sem aparelho de raio-X desde outubro e também não manifestou nenhum interesse em comprar o equipamento –, e sim devido à cino­mose. Os ativistas protestaram.

Eles dizem que apesar de ser uma doença grave, altamente contagiosa, não é necessariamente fatal.
A cinomose é uma doença canina provocada por vírus que pode levar à morte ou deixar graves sequelas nos animais. Silva voltou a afirmar que as eutanásias praticadas pela Cbea es­tão de acordo com a lei que permite o sacrifício quando oferece risco para a saúde pública ou quando não há tratamento médico – nesse caso, para evitar o sofrimento do animal. No ano passado, segundo o último levantamento oficial da Coordena­doria de Bem-Estar Animal, foram sacrificados 152 cachorros e gatos em 2017, média de três por sema­na, um a cada dois dias e meio.

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