O Instituto Vivacidade, organização não-governamental (ONG) fundada em 1999 com o intuito de promover atividades culturais e formativas ligadas ao patrimônio histórico e cultural de Ribeirão Preto, divulgou nesta quarta-feira, 18 de outubro, o manifesto intitulado “Cadê o museu que estava aqui?”, abordando o que classifica de “cenário catastrófico dos museus públicos de Ribeirão Preto”.
O manifesto começa lembrando que Ribeirão Preto tem cinco museus públicos e faz um relato da situação de cada um. “Museu Histórico, inaugurado em 1938 e instituído pela lei 1.750 de 1963: fechado. Museu do Café, inaugurado em 1957: fechado. Museu da Imagem e do Som (MIS) – criado pela lei 3.431 de 1978: fechado. Museu da Segunda Guerra: está aberto ao público, mas não tem funcionário, monitoria, projetos para atendimento das escolas e sua existência não consta nem na página da prefeitura. O único em funcionamento é o Museu de Arte de Ribeirão Preto Marp), inaugurado em 1992”.
Segundo o Instituto Vivacidade, o Museu Histórico e de Ordem Geral Plínio Travassos dos Santos, localizado no campus da Universidade de São Paulo (USP), está fechado desde abril de 2016, quando o teto de uma das salas desabou. Obras emergenciais no valor de R$ 400 mil, recurso vindo da iniciativa privada, não foram o bastante para a reabertura, que continua sem previsão. Isso porque o espaço continua ameaçado por infestação de cupins e outros problemas. A casa é do século 19 e pertenceu a Francisco Schmidt, um dos “reis do café”..
O manifesto da ONG aborda também a situação do Museu da Imagem e do Som (MIS), que está fechado desde o segundo semestre do ano passado, quando suas funcionárias foram ordenadas a encaixotar todo o acervo, pois o espaço iria, enfim, ter uma sede própria. Mas o prédio inaugurado oficialmente como sede do MIS, no final de dezembro de 2016, ainda não recebeu o acervo. O Vivacidade denuncia que o museu continua recebendo ligações para parcerias e atividades, mas como restou uma única funcionária, ela é obrigada a informar que o espaço está fechado e seu acervo encaixotado há quase um ano.
O Museu de Arte de Ribeirão Preto Pedro Manuel-Gismondi (Marp) é o único em funcionamento. Localizado em frente à praça Carlos Gomes, no Centro, possui uma associação de amigos que vem garantindo o funcionamento do espaço. Exposições, salões de arte e visitas monitoradas com alunos são realizadas constantemente no local.
Encerrando o manifesto, o Instituto Vivacidade pergunta: “Em vista desse cenário catastrófico, como podemos ter uma cidade do porte de Ribeirão, a única da Região Metropolitana com cinco museus públicos, sendo que apenas um consegue atender adequadamente o público? Como pensar em turismo e em ações culturais? Quando poderemos ter espaços culturais de memória abertos ao público, para a sua reflexão, para o seu uso, para o seu lazer?”.