Depois de ciclone-bomba, ventania com tempestade de areia, o Brasil recebe mais um fenômeno meteorológico marcante: uma forte massa de ar frio polar no inverno. A frente fria tem provocado chuvas, temperaturas abaixo de zero grau centígrado, granizo e neve, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país. Nesta sexta-feira, 21 de agosto, os 703 mil moradores de Ribeirão Preto já tiraram guarda-chuva, agasalho, cachecol, luva, meia de lã, cobertor e edredom do armário.
Esta é a terceira vez que o frio ocorre em 2020, mas a primeira com essa proporção e intensidade. De acordo com o Climatempo, “dificilmente o Brasil poderá experimentar outra onda de frio como esta ainda este ano”. Em Ribeirão Preto, além da queda da temperatura, a previsão é de chuva fraca para este final de semana. Depois de dois meses, voltou a chover nesta sexta-feira. A água começou a cair no final da tarde e invadiu a noite.
O dia começou com temperatura na casa dos 17ºC, chegou a 19ºC durante à tarde e à noite caiu para 12ºC às 23 horas, mas com sensação térmica de 9ºC, segundo o Climatempo. O instituto previa 11ºC às sete horas da manhã deste sábado (22) e, até as dez horas, os termômetros não passarão de 13ºC, segundo a previsão. A umidade relativa do ar estava em 70% ontem, com ventos de até 19 quilômetros por hora (km/h). Para este sábado, a mínima deve ser de 12 graus e a máxima, de 20ºC.
Para domingo, dia 23, os termômetros devem marcar 11º no início da manhã, chegando a 25º no decorrer do período. A umidade deve ficar em 63% hoje e 48% amanhã, com ventos de até 21 km/h. A umidade relativa do ar ideal é de 60%, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Abaixo de 30% o município entra em estado de atenção e quando o índice é inferior a 20% a situação é de alerta. Abaixo de 12% já é considerado um caso de emergência.
Durante esta semana, por causa das altas temperaturas – chegou a 36% na quarta-feira (19) – e da estiagem – não chovia havia mais de dois meses na cidade –, foram registrados vários focos de incêndio no município, que ficou coberto de terra, poeira e fumaça. Várias ocorrências foram registradas nas estradas da região e alguns trechos tiveram de ser interditados.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 20 dias deste mês, foram constatados 129 focos de incêndio em Ribeirão Preto, contra 65 de agosto inteiro do ano passado, o dobro – são 64 a mais e alta de 98,5%. De 1º de janeiro até o último dia 20, a cidade registrou 253 queimadas, 97 a mais e alta de 62,2% em relação às 156 ocorrências constatadas em oito meses de 2019.
Menor temperatura e neve
O dia mais gelado do ano, em Ribeirão Preto, foi a 27 de maio, quando os termômetros marcaram 6 graus centígrados na madrugada, com sensação térmica de até 3ºC. Em 2019, o recorde foi registrado em 7 de julho, quando a estação da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) – vinculada à Secretaria de Estado de Infraestrutura e Meio Ambiente – marcou 3,9°C, uma das menores temperaturas na cidade em sete anos.
Tendo por base dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e de alguns aeroportos do país, o Climatempo, site especializado em meteorologia, informou que em Bom Jardim da Serra (SC) a temperatura ficou em -8°C, por volta das cinco horas de ontem. Ficou também negativa nas cidades catarinenses de São Joaquim (-4°C) e Lages (-1°C). Em São José dos Ausentes e Quaraí (RS) os termômetros marcaram -4°C, e em Vacaria (RS), -3°C.
No sul do Paraná, em Dom Pedrito (RS) e em Xanxerê (SC) foi registrado 0°C. Com isso, “várias áreas das serras gaúcha e catarinense registraram neve e chuva congelada na tarde e noite de quinta-feira”, informou o Climatempo. De acordo com o site, esses fenômenos ocorreram em São Francisco de Paula (RS), São Joaquim (SC), Nova Petrópolis (RS), Gramado (RS), São José dos Ausentes (RS) e Cambará do Sul (RS), Canela (RS).