Marcos Papa (Cidadania), presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara de Vereadores, está cobrando explicações da prefeitura de Ribeirão Preto sobre a inoperância do sistema de monitoramento por câmeras na região Central da cidade.
Por meio de requerimento, aprovado na sessão do Legislativo da última quinta-feira, 4 de novembro, o parlamentar questionou a desativação do Programa Olhos de Águia e cobrou ações urgentes para a retomada do monitoramento. Em 29 de outubro, a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) e os seus 5.600 associados lançaram um manifesto.
A entidade e seus associados cobram reforço da segurança pública na região do Centro da cidade, que em dezembro costuma receber cerca de um milhão de pessoas por dia devido ao Natal. Antes tem a Black Friday, em 26 de novembro.
“A prefeitura está sendo incompetente em não atender a população nesta questão de segurança que é tão importante para todos. Em véspera de eleição, o prefeito prometeu instalar um sistema mais moderno, mas cadê? Três anos é muito tempo para se resolver uma questão tão simples”, diz Papa.
“O caixa da prefeitura está no azul, não faltam recursos para investir e o povo está desatendido. Esse é um caso que ilustra muito bem a ausência do prefeito no dia a dia da cidade, com o pé na rua, é isso que está faltando”, critica o parlamentar.
O programa de monitoramento Olhos de Águia, uma parceria da prefeitura com a Acirp, foi criado em 2007 e desativado em 2018 pela atual administração municipal para implementação do Guardiões da Cidade que, segundo o governo, terá câmeras mais modernas, já que o sistema antigo estaria ultrapassado tecnologicamente.
Segundo a prefeitura, serão instaladas modernas câmeras tanto na região Central, em avenidas e em todas as entradas da cidade, resultado do novo programa municipal de monitoramento e ao convênio Detecta, firmado entre o município e o governo de São Paulo.
A parceria foi apresentada pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB) em 6 de setembro de 2018. Já o Guardiões da Cidade foi lançado no dia 22 de julho do ano passado com investimento previsto de R$ 1.535.000. Entretanto, nenhum dos dois programas está ativo e o monitoramento das vias públicas por câmeras foi suspenso.
Essa decisão traz insegurança para os comerciantes dos locais onde o Olhos de Águia funcionava. Os empresários até têm câmeras de segurança em seus estabelecimentos, mas garantem que o monitoramento realizado por uma central interligada à Polícia Militar possibilita o policiamento preventivo, inibindo os furtos e roubos – quando a vítima sofre ameaça.
Por meio de nota, a prefeitura afirma que as câmeras anteriormente instaladas pelo projeto Olhos de Águia tinham tecnologia obsoleta, por isso estão sendo instalados 40 novos equipamentos no quadrilátero central. Além destes equipamentos, outros 20 pontos estratégicos receberão 62 câmeras, formando o Programa Guardiões da Cidade, com um total de 102 sistemas de vídeo em operação.
Segundo o governo municipal os equipamentos começaram a ser instalados nas avenidas Treze de Maio, Presidente Vargas, Presidente Kennedy, Maurílio Biagi, Luzitana, Via Norte, Leão XIII, Saudade, ruas Vitória, Pernambuco, São Salvador, entre outros. Contudo, a prefeitura de Ribeirão Preto não informou a data do inicio do monitoramento nestes locais.
A segurança na região Central de Ribeirão Preto será reforçada pela Polícia Militar em dezembro por causa do período de vendas natalinas. É o período de maior circulação de dinheiro. Um levantamento realizado pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi (Iemb), da Acirp, aponta que o pagamento das duas parcelas do décimo terceiro salário deve injetar R$ 652.574.613,58 líquidos na economia ribeirão-pretana.