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Olha o trem!

Adriana Dorazi – especial para o Tribuna Ribeirão

O desenvolvimento de di­versas cidades da região de Ri­beirão Preto está diretamente relacionado com as ferrovias. Foi por trilhos de trem que grande parte do café produzi­do por aqui no século passado chegou aos portos e outras lo­calidades importantes do país para comércio ou consumo.

Essa etapa tão importante da história regional é reverenciada com o restauro de uma das lo­comotivas que por muitos anos ficou abandonada na Praça Fran­cisco Schmidt no Centro da cida­de. Em fevereiro começou a obra de implantação de estrutura co­berta que irá abrigar a Maria Fu­maça no Parque Maurílio Biagi.

A locomotiva, foi restaurada pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), em Campinas, por R$ 749 mil

Segundo a prefeitura esse abrigo irá remeter a uma mi­niestação ferroviária, com espaço de visitação da popu­lação. A locomotiva, consi­derada patrimônio histórico pelo Conselho de Preserva­ção do Patrimônio Cultural (Conppac), foi restaurada pela Associação Brasileira de Pre­servação Ferroviária (ABPF), em Campinas/SP, com investi­mento da Secretaria da Cultu­ra e Turismo de R$ 749 mil.

“Pensamos em um restauro que vai além de manter viva a história cafeeira da nossa ci­dade, mas que ela possa um dia voltar aos trilhos e reviver o passado de Ribeirão Preto”, disse o secretário da Cultura e Turismo, Pedro Leão.

Assim que for concluída a cobertura, com prazo previsto para junho, a Maria Fumaça ficará em espaço cercado, mo­nitorado por câmeras e pa­trulhamento da Guarda Civil Metropolitana. A locomotiva foi fabricada na Alemanha, em 1912. Em segunda etapa (com alguns ajustes mecânicos, de acordo com a administração municipal) será possível que volte a funcionar para criar um passeio de trem, seguindo roteiro turístico partindo de Ribeirão Preto. Esse projeto ainda não tem data prevista.

Parte feia da história
Outra Maria Fumaça da cidade não teve a mesma sorte até hoje. Estacionada em ter­reno da avenida Mogiana há mais de 40 anos, a locomotiva acumula ferrugem e abando­no. Essa composição foi fa­bricada na Inglaterra, no final do século XIX. Serviu para o transporte de carga entre Ri­beirão Preto e Uberaba.

A última tentativa de sair da estação foi em cima de um caminhão. Em 2017 houve tentativa de levá-la para Salto, onde o Consórcio Municipal do Trem Republicano iria rea­lizar o restauro e reúso em pro­jeto cultural. A mudança foi impedida por ordem judicial, mas de lá para cá nada mudou.

O processo que impediu a retirada da Maria Fumaça foi extinto no início desse ano. Agora, com a volta do patri­mônio aos cuidados da União, caberá ao Departamento Na­cional de Infraestrutura de Transportes (Denit) decidir o futuro da locomotiva.

Estacionada em terreno da avenida Mogiana há mais de 40 anos, a locomotiva fabricada na Inglaterra, no final do século XIX, acumula ferrugem e abandono

Uma das possibilidades é a doação para entidades que preservam a cultura do trem que poderiam apresentar projetos que consigam su­porte financeiro em leis de incentivo à cultura.
O secretário Pedro Leão disse que por se tratar de um bem que pertence ao gover­no federal, o município pode oferecer apenas apoio institu­cional num futuro trabalho de restauração de uma das primeiras Marias Fumaça a rodar no país com cabines de luxo para o transporte de passageiros.

Esse tema inclusive parece tabu para pessoas, entidades e organizações ligadas ao tema. Ninguém quer relembrar que já houve projeto para interligar os dois equipamentos em um pas­seio cultural dentro da cidade.

Seriam oito quilômetros que ligariam, num roteiro tu­rístico, as estações Barracão, no bairro Ipiranga, e a Mogia­na, no Jardim Independência.

Em relação à locomotiva restaurada, em nota à repor­tagem do Tribuna Ribeirão, a Secretaria Municipal da Cultu­ra e Turismo ressalta que fará toda a manutenção necessária para manter e conservar o pa­trimônio histórico. Já sobre a locomotiva da Mogiana, como o terreno também não é de propriedade do município, não há garantia de segurança à máquina e vagões que também são tombados pelo Conppac.

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