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Óleo já atinge 409 localidades

DIVULGAÇÃO/TV BRASIL

O número de localidades do Nordeste atingidas por óleo chegou a 409, segundo balanço divulgado na quinta-feira, 7 de no­vembro, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ao todo, ao menos 104 municípios de todos os nove Estados do Nor­deste foram afetados por frag­mentos ou manchas de petróleo cru desde 30 de agosto.

Segundo o Ministério da Saúde, o Nordeste tem 153 mu­nicípios litorâneos, o que signifi­ca que o óleo chegou a ao menos 67,9% das cidades da costa da região. O balanço do Ibama in­dica, também, que apenas 166 das 409 localidades atingidas estão “limpas”, isto é, sem vestí­gios ou manchas. Dentre as que ainda têm óleo, estão a Praia do Japaratinga e a Foz do Rio Manguba, em Alagoas, e a Ilha de Comandatuba e a Costa do Sauípe, na Bahia.

Por Estado, as 243 localida­des ainda oleadas se distribuem da seguinte forma: Bahia (100), Alagoas (45), Sergipe (34), Per­nambuco (26), Rio Grande do Norte (21), Ceará (11), Mara­nhão (3), Paraíba (2) e Piauí (1). Em relação à fauna, ao me­nos 128 animais oleados foram identificados pelo Ibama. Os dados se referem especialmente a tartarugas marinhas (89) e aves (25). Nas redes sociais, a Funda­ção Mamíferos Aquáticos che­gou a compartilhar imagens da recuperação de uma ave oleada encontrada em Maragogi (AL).

Na Praia do Janga, em Pau­lista (PE), o Estado chegou a encontrar algumas dezenas de peixes mortos junto a uma grande mancha em outubro. Além disso, o material já foi en­contrado em regiões de corais. Pesquisadores apontam que o petróleo também foi encontra­do no organismo de animais di­versas, como mariscos e peixes. Eles também ressaltam que o impacto ambiental do óleo pode persistir por décadas.

A primeira mancha de óleo foi oficialmente identificada em 30 de agosto, no município de Conde, na Paraíba. Quatro dias depois, o material foi encon­trado no segundo Estado, Per­nambuco, na Ilha de Itamaracá. Em 1º de novembro, a Bahia foi o nono e último Estado do Nordeste a receber óleo, com a primeira mancha identificada na Mata de São João. Ao todo, foram atingidos mais de 2,2 mil quilômetros da costa, dos quais foram retiradas mais de 4,3 mil toneladas de petróleo.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) anunciou a reabertu­ra do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, na Bahia, à visi­tação de turistas a partir desta sexta-feira (8). Na prática, a sus­pensão preventiva das visitas en­trou em vigor na segunda-feira (4), dois dias após fragmentos do óleo que já poluiu praias, mangues e outros habitats dos nove estados da Região Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) terem atin­gido uma pequena área do par­que nacional.

A expectativa do ICMBio era autorizar a entrada de turis­tas na unidade de conservação às vésperas do feriado de 15 de novembro (Proclamação da Re­pública). A reabertura do parque foi antecipada após cinco dias sem que novos fragmentos de óleo te­nham sido encontrados na região. Em nota divulgada pelo ICMBio, o chefe do parque, Fernando Re­pinaldo Filho, garante que os ves­tígios recolhidos no último sá­bado não produziram impactos negativos diretos nem à fauna, nem à flora de Abrolhos.

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