Tribuna Ribeirão
Política

Oficializado reajuste de 33,23% para professores

CLAUBER CLEBER CAETANO/PR

Uma cerimônia no Palá­cio do Planalto, nesta sexta­-feira, 4 de fevereiro, oficiali­zou o reajuste de 33,23% para professores da rede pública de educação básica. A por­taria, assinada pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, e pelo presidente Jair Bolso­naro (PL), eleva de R$ 2.886 para R$ 3.845 o piso salarial nacional da categoria.

Entretanto, o reajuste não alterará em nada o salário dos 3.088 professores da rede mu­nicipal de ensino de Ribeirão Preto porque eles já recebem mais do que o mínimo nacio­nal da categoria. A prefeitura, para uma jornada de 40 horas por semana, que equivale a 48 horas-aula semanais, paga R$ 4.329,60 para professores de educação básica I e II.

O valor é referente ao ven­cimento inicial dos PEBs I e II, cuja habilitação inicial é a de nível médio, na modali­dade normal. Para professor de educação básica III, com licenciatura de graduação plena, o piso em Ribeirão Preto é de R$ 5.212,80 para o educador iniciante. O funcio­nalismo ribeirão-pretano já está há três anos sem reajuste salarial, desde 2019.

Os educadores do muni­cípio só deverão ter aumento em seus vencimentos caso a prefeitura conceda reajuste salarial para os servidores mu­nicipais este ano. A expectativa do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SSM/ RPGP) é de correção salarial neste ano. A data-base da cate­goria é 1º de março.

Além do reajuste de 33,23%, foram lançados no evento dois editais com a oferta de 168 mil vagas em cursos de graduação e pós­-graduação para formação de professores. O primeiro é o da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e o segundo edi­tal é do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor).

O piso se aplica a profissio­nais com formação em magis­tério em nível médio – vincu­lados a instituições de ensino infantil, fundamental e médio das redes federal, estadual e municipal – que têm carga ho­rária de trabalho de 40 horas semanais. Segundo a Confede­ração Nacional dos Trabalha­dores em Educação (CNTE), a medida abrange professores, diretores, coordenadores, ins­petores, supervisores, orienta­dores e planejadores escolares em início de carreira.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), mais de 1,7 milhão de profissionais serão impactados. O reajuste está previsto em lei de 2008. Segundo o texto, o valor mí­nimo para os docentes da educação básica deve ser re­ajustado anualmente em ja­neiro. Segundo entendimen­to da CNTE e do governo federal, o reajuste é automáti­co e deverá constar do salário referente ao mês de janeiro, a ser pago em fevereiro. Mas na prática não deve ser assim.

Divergências
Um dia depois de o presi­dente Jair Bolsonaro adiantar o valor de reajuste do piso, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) criticou a medida afirmando que o Exe­cutivo federal coloca “em pri­meiro lugar uma disputa elei­toral” e joga a educação “pelo ralo”. À época, por meio de nota, o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, destacou que o critério de reajuste anual do piso do magistério foi revoga­do com a lei 14.113/2020.

A legislação regulamen­tou o novo Fundo de Manu­tenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valo­rização dos Profissionais da Educação (Fundeb), enten­dimento que, segundo ele, foi confirmado pelo próprio Ministério da Educação, no dia 14 de janeiro, com base em parecer jurídico da Advo­cacia-Geral da União (AGU).

O Ministério da Educação, por sua vez, informou que a definição do valor se deu após “estudo técnico e jurídico”, que, segundo a pasta, “permi­tiu a manutenção do critério previsto na atual lei 11.738 de 2008”. Pelas contas da CNM, o reajuste anunciado pelo go­verno federal, de 33,24%, terá impacto de R$ 30,46 bilhões nos cofres dos municípios, “colocando os entes locais em uma difícil situação fiscal e inviabilizando a gestão da educação no Brasil”.

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