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Ocupação de leitos de UTI chega a 99,4%

AI PFAFFENBACH/REUTERS

A ocupação de leitos de te­rapia intensiva para tratamen­to de casos graves da covid-19, em Ribeirão Preto, está no limite e se o avanço da doen­ça continuar no ritmo atual, é possível que a cidade fique sem vagas disponíveis já nesta sex­ta-feira, 10 de julho.

A taxa de ocupação em de leitos de Unidade de Te­rapia Intensiva (UTI) para o tratamento de pacientes com Sars-CoV-2 saltou de 89% na quarta-feira (8) para 99,4% nesta quinta-feira (9). De 175 leitos, 174 estão com pessoas internadas em estado grave da doença.

Isso porque a Secretaria Municipal da Saúde abriu mais seis durante o final de semana. Na enfermaria, o número de pacientes internados está em 189. Até ontem, eles ocupavam 86,7% dos 218 leitos – este nú­mero é variável. A Coordena­doria de Comunicação Social distribuiu nota à impresa.

“A prefeitura de Ribeirão Preto informa que o prefei­to Duarte Nogueira Júnior (PSDB) já iniciou as tratativas necessárias junto ao governo do Estado de São Paulo para que, até o final desta semana, sejam disponibilizados mais 16 leitos de UTI no município”.

Segundo a nota, o Hospi­tal Santa Lydia – instituição municipal administrada pela fundação homônima – rece­berá seis novos leitos e mais dez serão disponibilizados no Hospital São Lucas, gerido pela iniciativa privada. A situação é ainda mais grave no Hospital das Clínicas.

Nas unidades Campus e de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP), a ocu­pação passou de 100% nesta quinta-feira, segundo dados da própria instituição.

As duas unidades do HC têm 63 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para adultos, todos ocupados, e nes­ta quinta-feira já havia um pa­ciente a mais com a doença em estado grave, chegando a 101,6% da capacidade do hospital.

A situação é menos pre­ocupante na enfermaria, que conta com 48 leitos. Até esta quinta-feira, 42 pacientes com quadro menos grave da co­vid-19 ocupavam 87,5% das vagas. Na ala infantil, são três crianças internadas com co­ronavírus nas enfermarias e nenhuma em estado grave na UTI – são onze leitos.

Esta é primeira vez que o Hospital das Clínicas atinge essa marca e supera a capaci­dade de atendimento em tera­pia intensiva desde o início da pandemia. Em 24 de junho, a instituição, referência no trata­mento da covid-19 na região, havia registrado 91,8% na taxa de ocupação de leitos de UTI.

A prefeitura de Ribeirão Preto cedeu ao Hospital das Clínicas, segundo portaria pu­blicada no Diário Oficial do Município de terça-feira (7), por 60 dias, 20 profissionais da Secretaria Municipal de Saúde. São 13 auxiliares de enferma­gem, quatro enfermeiros e três técnicos em enfermagem.

A medida, de acordo com a portaria, vai viabilizar a aber­tura de dez novos leitos de UTI destinados para pacientes com covid-19 em estado grave. Se­gundo o superintendente do HC, Benedito Carlos Maciel, o repasse de 20 funcionários vai permitir a abertura de mais oito leitos de terapia intensiva.

Isso deve ocorrer até esta sexta-feira (10), chegando a 71 – dois já foram abertos duran­te semana. Além disso, mais 18 leitos de UTI serão abertos, em um prazo de no máximo de dez dias, com a contratação de mais médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.

O governo do Estado de São Paulo enviou para o Hos­pital das Clínicas, em 24 de junho, 28 respiradores com­prados da Turquia. O HC tam­bém já remanejou cerca de 50 médicos para atendimento em Unidades de Terapia Intensiva – nesses casos, a mão de obra especializada é fundamental.

No final de março, o go­vernador João Doria (PSDB) assinou despacho autorizan­do a contratação de 378 pro­fissionais para o Hospital das Clínicas – 52 para médicos, 47 de enfermeiros e 139 de técnicos de enfermagem, en­tre outros. Todas as vagas já foram preenchidas.

No final de maio, o BTG Pactual, maior banco de in­vestimentos da América La­tina, anunciou um projeto para subsidiar a contratação de 55 médicos e técnicos de enfermagem para o HC que contou com o apoio da Fun­dação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (Fae­pa), mantenedora do hospital.

O valor doado por BTG Pactual, Cosan, São Martinho e Minerva Foods foi de R$ 1,2 milhão. O prefeito Duarte No­gueira já pediu mais atenção do Estado para com o HC em relação à admissão de funcio­nários (recursos humanos) para ampliar o número de leitos de UTI usados no trata­mento da covid-19.

“Gostaria de fazer um pedi­do especial em nome do DRS XIII de Ribeirão Preto (13º Departamento Regional de Saúde) para que obtivéssemos, do governo do Estado, em es­pecial da Secretaria da Saúde, um apoio mais contundente junto ao Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HC) para transferência de recursos à Faepa (Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência, mantenedora da instituição)”.

O deputado Rafael Silva (PSB), que já enviado ofícios ao governador João Doria (PSDB), ao secretário de Saú­de, José Henrique Germann, e ao secretário de Desenvol­vimento Regional, Marco Vinholi, alertando para um possível colapso na rede de saúde de Ribeirão Preto, vol­tou a cobrar uma solução para a provável falta de leitos na re­gião. O caso foi encaminhado a Vinholi.

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