Moradores e comerciantes do Centro de Ribeirão Preto vão passar por mais um teste de paciência. A Secretaria Municipal de Obras Públicas solicitou o aditamento no contrato para a construção do corredor de ônibus do quadrilátero central. O prazo de entrega das obras será estendido em mais 120 dias.
A construção do quadrilátero central custará R$ 20.774.887,51. O prazo para conclusão era de 15 meses a partir do início das obras, que começou em maio do ano passado. Os trabalhos deveriam ser concluídos entre outubro e novembro de 2024, mas agora passou para o primeiro semestre de 2025.
A prefeitura diz que a extensão do prazo é necessária para que os serviços de substituição das galerias de águas pluviais, afim de melhorar a drenagem e a implantação de novas redes de água e esgoto, sejam realizados. “As redes de água, esgoto e gás tem mais de 50 anos, são antigas, e precisam ser totalmente substituídas. Este serviço acabou atrasando o andamento das obras do corredor”, diz o secretário Pedro Luiz Pegoraro.
Além dos sistemas de saneamento básico, a rede de distribuição de gás está sendo adequada às novas diretrizes viárias, com rebaixamento e realocação adequados. As obras de implantação do corredor de ônibus do quadrilátero central, importantes para trazerem mais mobilidade e fluidez, vêm sendo executadas em duas importantes vias do Centro: as ruas Barão do Amazonas e Visconde de Inhaúma.
Nesta semana, o rompimento de uma adutora na rua Visconde de Inhaúma, causado por uma escavadeira da DGB Engenharia e Construções Ltda., empresa responsável pela construção do quadrilátero central, deixou moradores e comerciantes do Centro, Vila Seixas e parte dos Campos Elíseos mais de 24 horas sem abastecimento de água.
Em 26 de setembro do ano passado, um ramal de gás foi perfurado durante uma escavação na mesma rua. O incidente aconteceu próximo à rua Campos Salles. Em 18 de outubro, um vazamento de água provocado pela obra também afetou o abastecimento. Foi no cruzamento das ruas Florêncio de Abreu e Visconde de Inhaúma.
O corredor de ônibus do quadrilátero central é um dos mais importantes do município, interligando outros corredores ao Terminal Urbano Doutora Evangelina de Carvalho Passig, passando pelas avenidas Jerônimo Gonçalves e Doutor Francisco Junqueira, e por quatro ruas do Centro.
Na Visconde de Inhaúma e Barão do Amazonas, interligará a avenida Francisco Junqueira à Nove de Julho, e na Florêncio de Abreu e Lafaiete, a Jerônimo Gonçalves à avenida. Independência. Os sete quilômetros de extensão do corredor passarão por 90 quarteirões, sendo que 50% já estão com asfalto novo, de alta resistência, para suportar o peso dos veículos.
Em cada quarteirão serão implantados piso podotátil com objetivo alertar aos usuários sobre possíveis obstáculos e ainda indicar o caminho aos pedestres com deficiência visual e rampas de acessibilidade nas esquinas, sendo que aproximadamente metade destes serviços já foi concluído. É uma intervenção do Programa Ribeirão Mobilidade, a versão tucana do Programa de Aceleração do Crescimento II (PAC da Mobilidade).
As obras começaram em 2017, mas os R$ 320 milhões iniciais foram conquistados junto ao governo federal na gestão da ex-prefeita Dárcy Vera (então no SPD, hoje sem partido), mas, à época, não saiu do papel. Abrange 30 grandes obras viárias para melhorar o trânsito e o transporte coletivo em toda a cidade, com investimento total de aproximadamente R$ 500 milhões.
São onze corredores de ônibus que se interligarão, unindo a cidade de ponta a ponta por uma malha viária de 56 quilômetros de extensão. Cerca de 3,5 milhões passageiros de ônibus serão beneficiados mensalmente, além de cerca de um milhão de veículos de Ribeirão Preto e da região que circulam pela cidade.