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Obras na Nove de Julho só em 2022

ALFREDO RISK

A prefeitura de Ribeirão Pre­to vai investir cerca de R$ 21 mi­lhões na revitalização da avenida Nove de Julho, um dos cartões­-postais da cidade e que corta vários bairros – Centro, Vila Seixas, Higienópolis, Jardim Su­maré etc. A Secretaria Municipal da Infraestrutura já promoveu reparos emergenciais na via.

Somente neste ano, nove trechos onde havia paralelepípe­dos soltos foram contemplados para evitar prejuízo ao moto­rista – além de danificar o ve­ículo, o problema ainda pode provocar acidentes se o condu­tor não estiver atento. Será recu­perado todo o pavimento.

Os paralelepípedos serão retirados e preservados para implantação da base, com re­forço em concreto, como é realizado nas obras dos corre­dores de ônibus. O diferencial está na implantação da base de área e realocação dos parale­lepípedos no lugar do asfalto. Esse trabalho permite manter a qualidade do pavimento por mais tempo de uso.

Considerada um cartão-postal da cidade, a Nove de Julho foi planejada pelo prefeito João Rodrigues Guião, em 1921, e inaugurada parcialmente em 1922

Todo o canteiro central será restaurado, preservando os mo­saicos de pedras portuguesas e as árvores, que não serão re­tiradas. Com a obra, será pos­sível implantar acessibilidade nos cruzamentos e retornos da avenida, com rampas de acesso para cadeirantes, piso tátil dire­cional e de alerta indicando os pontos de espera e de travessia.

O projeto para restauração da avenida está sendo elaborado e a licitação deve ser concluída em 120 dias. As obras devem começar no primeiro semes­tre de 2022. A administração já concluiu o projeto executivo e obteve um empréstimo de R$ 70 milhões junto à Caixa Econômi­ca Federal, por meio do Finan­ciamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa).

Deste valor, R$ 21 milhões serão destinados para a revita­lização da via. O contrato foi assinado na tarde de terça-fei­ra, 24 de agosto, pelo o prefei­to Duarte Nogueira (PSDB), os secretários Antonio Daas Abboud (Governo), Ricardo Aguiar (Casa Civil) e Afonso Reis Duarte (Fazenda) e os re­presentantes do banco estatal.

A Caixa foi representada pelos superintendentes exe­cutivos Francisco Ricardo da Silveira e Rodrigo Gonçalves Mendonça e o gerente Jeffer­son Luiz Coutinho. Além da revitalização da Nove de Julho, o montante vai gerar investi­mentos em obras voltadas para a cultura, saúde, Assistência Social e Mobilidade Urbana.

Além de estratégicas para a cidade, as obras irão gerar emprego e fortalecer políticas sociais. “A Nove de Julho é um importante cartão postal da ci­dade, mas com grande fluxo de veículos e pessoas. Recupe­rar este patrimônio é devolver à população a avenida da for­ma que foi construída, man­tendo toda sua originalidade”, explica Pedro Luiz Pegoraro, secretário de Obras Públicas.

Outra importante interven­ção que faz parte da obra de res­tauro da avenida Nove de Julho é a implantação de duas galerias de águas pluviais de grande por­te, com todo o atual sistema de drenagem da avenida refeito e melhorado. O escoamento das galerias será pelas ruas São José e Comandante Marcondes Sal­gado até o córrego Retiro Sau­doso, na avenida Doutor Fran­cisco Junqueira.

Somente neste ano, nove trechos da Nove de Julho onde havia paralelepípedos soltos foram contemplados para evitar prejuízo ao motorista

Este escoamento será im­portante também para auxiliar parte da drenagem das águas pluviais do centro. Após pron­ta, a avenida fará parte do total de 11 corredores de ônibus que estão sendo implantados em Ribeirão Preto pelo Programa Ribeirão Mobilidade, totali­zando 56 quilômetros que per­correrão as principais avenidas do município.

A situação da Nove de Ju­lho também envolve burocra­cia e cautela, já que a via – in­cluindo seus paralelepípedos e as pedras portuguesas do canteiro central – é tombada desde 2008 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conp­pac). Por ser considerada pa­trimônio histórico da cidade, a Nove de Julho não pode ter o projeto original alterado.

A história da Nove de Julho
Considerada um cartão-postal da cidade, a Nove de Julho foi plane­jada pelo prefeito João Rodrigues Guião, em 1921. Os primeiros quarteirões da avenida, entre a Tibiriçá e a São José, foram entregues no dia 7 de setembro de 1922, com o nome de avenida da Independência, quando também foi inaugurado o obelisco come­morativo à data.

Ficava no entroncamento da então avenida Independência com a rua Tibiriçá. Posteriormente, o obelisco foi transferido para a confluência com a atual Indepen­dência. A avenida passou a se chamar Nove de Julho em 1934 em homenagem à Revolução Constitucionalista de 1932. No ano de 1949, durante o governo do prefeito José de Magalhães, foram iniciados os estudos para o prolongamento da avenida entre as ruas Sete de Setembro e a atual Independência.

Ainda no ano de 1949, a Nove de Julho foi calçada com parale­lepípedos entre as ruas Barão do Amazonas e Cerqueira César, além de receber o plantio de 40 árvores da espécie sibipiruna. Ganhou prestígio na cidade a partir do início da década de 1950. As resi­dências construídas nas proximi­dades seguiram, em sua maioria, o estilo moderno.

Durante a década de 1960, a avenida abrigou algumas das principais mansões de proprie­dade da elite econômica da cidade. Com o passar do tempo, foi perdendo suas características de área residencial. Ao longo dos últimos 20 anos ela se transfor­mou no principal centro financeiro da cidade e região.

É famosa pelas frondosas sibi­pirunas. Mesmo com a transfor­mação que sofreu nos últimos 40 anos a avenida manteve suas características que lembram a década de 1950 – os paralelepí­pedos da rua e o calçamento dos canteiros centrais.

Ao longo de seus pouco mais de dois quilômetros, reúne cerca de 30 bancos, entre comerciais e de investimentos, além de seguradoras, consórcios, bares, restaurantes, lanchonetes etc. Um dos principais problemas para a manutenção dos paralelepípedos da avenida é a falta de mão de obra especializada. Os últimos calceteiros se aposentaram e faltam profissionais na área.

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