A partir da próxima terça-feira, 21 de janeiro, uma das mais tradicionais feiras livres da cidade, realizada em três quarteirões da Rua Marcondes Salgado – entre a Bernardino de campos e Lafaiete -, estará em novo local: na Avenida Nove de Julho entre a avenida Santa Luzia e o antigo Clube da Recreativa, recentemente comprado pelo Sesc. A feira tem 120 feirantes cadastrados, mas somente 60 ativos e funcionará na pista sentido à rua Amador Bueno.
A mudança temporária de local foi motivada para a instalação de novas galerias de águas pluviais que serão colocadas na Rua Marcondes Salgado até a avenida Francisco Junqueira. Atualmente as obras iniciadas naquela avenida estão na altura do cruzamento com a Rua São Sebastião.
A construção das galerias faz parte das obras de restauro da Avenida Nove de Julho e serão feitas em 14 quarteirões das ruas São José e Marcondes Salgado. Elas deverão interligar a Avenida Nove de Julho até o córrego Retiro Saudoso na avenida Francisco Junqueira.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Feirantes de Ribeirão Preto, Atílio Danese, apesar da mudança ser temporária, a feira não tem data de retorno ao local de origem e o prazo exato não foi colocado na ata da reunião, realizada entre a prefeitura e os feirantes, para definir a mudança. A indefinição da data também teve como motivo as constantes chuvas que tem atingido Ribeirão Preto e podem atrasar o cronograma.
“As obras são necessárias, mas esperamos que não atrasem porque os feirantes, comerciantes e a população que passa pela região estão enfrentando muitos problemas. Os feirantes e os comerciantes para vender e as pessoas para fazerem suas compras”, afirmou.
O que diz a prefeitura
Por meio de nota ao Tribuna Ribeirão a Secretaria de Obras não informou a data prevista para a conclusão das obras naquele trecho. Disse que as obras de Mobilidade Urbana na rua Marcondes Salgado já estão sendo executadas no trecho da rua São Sebastião, rumo à Avenida Nove de Julho.
“A feira teve seu local modificado temporariamente para garantir a segurança de todos e ainda dar continuidade do comércio de rua e retornará para o local tradicional após a conclusão das obras. A gestão vem trabalhando de forma diligente para dar agilidade na execução das obras, principalmente na região Central”, diz o texto.
A Feiras na história da cidade
As feiras livres fazem parte do cotidiano do ribeirão-pretano há 76 anos. Criadas por lei, em 1948, pelo então prefeito José Magalhães e implementadas, de fato, em 1954, pelo prefeito Condeixa Filho, elas tiveram seu primeiro ponto de funcionamento na Praça Sete de Setembro, na região central da cidade.
Ao longo das décadas se transformaram em referência, ponto de encontro para muita gente e ajudaram quase todos os feirantes a conseguirem fazer o chamado “pé de meia” e possibilitar com que seus filhos pudessem, por exemplo, cursar uma faculdade.
Na década de oitenta, o sucesso das feiras era tanto que a cidade chegou a ter cerca de 450 feirantes cadastrados pelo município. Entretanto, com a concorrência dos supermercados e varejões, que ganharam força a partir do final dos anos noventa, o número de barracas foi diminuindo.
Atualmente a cidade tem cerca de 350 feirantes cadastrados, o que não significa que todos estão na ativa. De acordo com o site da prefeitura, 29 feiras – entre diurnas e noturnas – distribuídas ao longo da semana.