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Obras derrubam vendas do varejo em RP

Vendas do varejo ribeirão-pretano fecharam abril em queda de 2% em relação ao mesmo período do ano passado: obras de mobilidade afetaram os negócios 

Segundo Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV, o impacto das obras de mobilidade foi decisivo para o resultado negativo em abril (Alfredo Risk)

Depois de registrar crescimento médio de 0,72% no acumulado do ano passado, em comparação com 2022, as vendas nas lojas ribeirão-pretanas dispararam 7,3% em janeiro, desaceleraram a 3,1% em fevereiro, encerraram março com alta tímida de 1,5% e, em abril, emplacaram a primeira queda do ano, de 2% em relação ao mesmo período de 2023, aponta levantamento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV). 
 
Apesar do viés de estabilidade, foi o primeiro resultado negativo desde novembro do ano passado (-2,5%) mesmo com a Black Friday. Antes, houve queda de 6,88% em janeiro de 2023 subiu em fevereiro (5,8%), em março (5%), abril (5%), maio (6,2%), junho (3,21%), julho (2%), agosto (2,6%), setembro (1,5%), outubro (6,5%) e dezembro (3%). 
 
O levantamento é do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido por Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão e Região (Sincovarp) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL RP). Segundo Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV, o impacto das obras de mobilidade foi decisivo para esse resultado.  
 
“Considerando o cenário local, observamos que, em abril, as interdições foram bastante agudas e fizeram despencar o movimento nas lojas do Centro. Na região da avenida Nove de Julho/Boulevard, a paralisação e lentidão na retomada das obras continuaram impactando negativamente”, diz. 
 
Na avenida Treze de Maio, as intervenções também restringiram o fluxo de consumidores. O mesmo aconteceu na avenida Dom Pedro I, só que, por lá, a queda do movimento de clientes se deve à proibição de estacionamento na via”, emenda Galli Alberto 
 
Olhando para o cenário macroeconômico, ele destaca que a alta de 0,38%, na inflação de abril, foi um dos fatores que influenciaram no comportamento de compra dos brasileiros. “A percepção de preços mais altos já acendeu a luz amarela na cabeça dos consumidores”. 
 
Muitos ainda estão pagando parcelas das tradicionais despesas de começo de ano como IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), material escolar e gastos de férias, entre outras. Mais um fator que explica a variação negativa nas vendas é o nível de endividamento das famílias brasileiras que, em abril, subiu 0,4% (ante março), ficando em 78,5% (CNC)”,. ressalta.  
 
O consumidor foi mais cauteloso, em abril, já sabendo que teria o presente de Dia das Mães para comprar logo no começo de maio”, analisa.  “No mês passado, a queda nas vendas do comércio varejista só não foi maior por causa dos dias de montagem e preparação da Agrishow e do Ribeirão Rodeio, que trouxeram um pouco mais de movimentação à cidade. As regiões não impactadas pelas obras de mobilidade seguiram seu curso normal”, observa.  
 
Empregabilidade – Em abril, o percentual de variação entre vagas abertas e fechadas, no mercado de trabalho varejista, teve pequena alta de 1% na comparação com o mês anterior. Essa retomada do emprego teve ligação direta com o reforço de equipes para o período da Agrishow 2024, que atraiu mais de 195 mil visitantes, e para as vendas de Dia das Mães.  
 
Índice de Confiança – Considerando uma escala de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança Sincovarp/CDL de curto prazo (sempre olhando para os três meses seguintes), em abril, ficou em 2,6 pontos (ante 3,7 pontos na pesquisa de março), considerado regular.  
 
O Índice de Confiança de longo prazo (olhando para os próximos doze meses) ficou em 2,7 pontos (ante 3,5 pontos, em março), também regular. Para justificar o resultado, Galli Alberto cita a prorrogação das obras de mobilidade no Centro, por mais 120 dias, e a lentidão da retomada das obras na Nove de Julho. 
 

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