A Contersolo, empresa responsável pela construção de dois viadutos do Programa Ribeirão Mobilidade, ambos na avenida Brasil, Zona Norte da cidade, quer aditamento no valor dos contratos assinados com a prefeitura de Ribeirão Preto para finalizar os equipamentos viários.
O valor do reajuste ainda está sendo discutido com o município. Segundo a Secretaria Municipal de Obras Públicas, a empresa alega que o aditamento é necessário por causa do aumento de mais de 50% do preço do aço nos últimos dozes meses, a principal matéria-prima para construção de viadutos.
O primeiro viaduto em construção fica no cruzamento da avenida Brasil com a avenida Mogiana, tem um custo total de R$ 19.870.000,00 e começou a ser construído em novembro de 2019. Pelo contrato, a previsão de conclusão era de 14 meses. Portanto, deveria ter sido concluído em janeiro. Atualmente, está com 62% das obras concluídas.
Já o segundo viaduto, também na Brasil, sobre a avenida Thomaz Alberto Whately, tem um custo total de R$ 13.284.955,62. As obras começaram em abril do ano passado. A previsão inicial é que ficasse pronto em 14 meses. Ou seja, em maio.
Atualmente, 44% do viaduto estão concluídos. Com nove metros de altura em seu ponto mais alto e 110 metros de extensão, vai beneficiar cerca de 3,2 mil veículos que passam pela avenida Brasil e 2,8 mil que passam pela Thomaz Alberto Whately nos horários de pico.
Enquanto negocia o reajuste dos contratos com o município, a construtora decidiu reduzir o ritmo das obras, com menos trabalhadores no local. Ao Tribuna, a Secretaria Municipal de Obras Públicas afirma que já notificou a empresa para que retome o ritmo normal de trabalho nas duas obras.
A secretaria admite, contudo, que os viadutos devem demorar mais tempo para serem terminados. Na sexta-feira, 23 de abril, a prefeitura publicou no Diário Oficial do Município (DOM) a atualização dos preços para construção do viaduto da avenida Brasil com a Mogiana. Segundo o extrato de rerratificação do acordo, o preço da obra saltou de R$ 19.870.000,00 para R$ 20.474.113,58, alta de 3,04% e aporte de R$ 604.113,58.
A prefeitura de Ribeirão Preto afirma que o reajuste é referente a atualização anual prevista em contrato, que tem como base a inflação do período. A administração também realinhou o valor da obra do viaduto da avenida Thomaz Alberto Whately aumentando o valor de R$ 13.284.955,62 para R$ 13.819.843,31, aumento de 4,02% e acréscimo de R$ 534.887,69.
A produção brasileira de aço bruto foi de 2,8 milhões de toneladas em março, alta de 4,1% ante o mesmo mês do ano passado, segundo o Instituto Aço Brasil. As vendas internas avançaram 41,9% frente ao apurado no mesmo mês de 2020 e atingiram 2,1 milhões de toneladas.
O presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, diz que as usinas já reajustaram em 35% o preço do aço para os distribuidores neste ano. Foram pelo menos três aumentos até agora. Em abril, os aumentos ficaram entre 10% e 12%.
O investimento total no Ribeirão Mobilidade se aproxima de R$ 500 milhões. São R$ 310 milhões provenientes de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento II – PAC da Mobilidade Urbana e do Saneamento, do governo federal e, o restante do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) e outras agências de crédito.