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Obras afetam vendas em maio

Vendas do varejo ribeirão-pretano fecharam maio em queda de 3,5% em relação ao mesmo período do ano passado; obras de mobilidade ainda afetam os negócios 

Assim como ocorreu em abril, os impactos das obras de mobilidade contribuíram para o resultado negativo do comércio varejista em maio (Alfredo Risk)

Depois de registrar crescimento médio de 0,72% no acumulado do ano passado, em comparação com 2022, as vendas nas lojas ribeirão-pretanas dispararam 7,3% em janeiro, desaceleraram a 3,1% em fevereiro, encerraram março com alta tímida de 1,5%, emplacaram a primeira queda do ano em abril, de 2%, e em maio recuaram mais 3,5% em relação ao mesmo período de 2023, quando a alta foi de 6,2%, aponta levantamento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV). 
 
Foi o segundo resultado negativo consecutivo. Antes de abril, o varejo ribeirão-pretano não registrava queda desde novembro do ano passado (-2,5%) – mês da Black Friday. Nem o Dia das Mães, considerada a segunda melhor data para o comércio varejista depois do Natal, conseguiu impedir segurar a retração em maio. Segundo o CPV, as obras de mobilidade continuam atrapalhando as vendas 
 
Antes, houve queda de 6,88% em janeiro de 2023 – subiu em fevereiro (5,8%), em março (5%), abril (5%), maio (6,2%), junho (3,21%), julho (2%), agosto (2,6%), setembro (1,5%), outubro (6,5%) e dezembro (3%). O CPV é mantido por Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão e Região (Sincovarp) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL RP).  
 
Segundo Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV, o impacto das obras de mobilidade foi decisivo para esse resultado. Porém, para efeito de comparação, segundo dados da Serasa Experian, o nível médio de atividade do comércio, no Brasil, teve redução de -3,2% na semana que antecedeu ó Dia das Mães, na comparação com 2023. Na cidade de São Paulo, o indicador apresentou queda de -4,7%. 
 
Em Ribeirão Preto, a queda só não foi maior porque tivemos a Agrishow e o Ribeirão Rodeo Music, no comecinho de maio, além do Dia das Mães. O fato de sermos uma capital regional de consumo, que recebe milhares de clientes das cidades do entorno, também ajudou a amenizar a situação. Resumindo: tivemos um leve pico de vendas, nos primeiros dias de maio, e, depois, uma queda de performance no restante do mês”, analisa Diego Galli Alberto. 
 
Obras de mobilidade Ainda segundo Galli Alberto, a pesquisa ainda revelou que, assim como ocorreu em abril, os impactos das obras de mobilidade contribuíram para o resultado negativo do comércio varejista em maio. “É bem verdade que as obras avançaram e, com isso, tivemos a liberação de algumas vias importantes. No entanto, outras vias foram interditadas”, ressalta.  
 
O fato é que grande parte dos consumidores evitou não somente aos trechos em obras, mas, também, às regiões no entorno das intervenções: Centro, avenidas Nove de Julho e Treze de Maio. Na Dom Pedro I, no Ipiranga, a proibição total de estacionamento continuou impactando os comerciantes que, segundo pesquisa realizada pelo CPV, tiveram queda média de -45% nas vendas desde que o corredor de ônibus começou a funcionar na via em outubro de 2022. O movimento de clientes caiu -42% e a empregabilidade -33%”, emenda. 
 
Análise macroeconômica O pesquisador destaca que a incerteza com a economia também influenciou o desempenho negativo do Varejo em Ribeirão Preto e região. “Os impactos socioeconômicos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul geraram grande temor em diversos segmentos da cadeia produtiva nacional. De certa forma, essa notícia parece ter inibido o consumo. Outros fatores são o alto nível de endividamento da população brasileira e a aceleração da inflação que foi de +0,46%, em maio, ante +0,38% em abril”, observa. 
 
Empregabilidade A média de variação entre vagas de trabalho abertas e fechadas no varejo de Ribeirão Preto, em maio, foi levemente positiva em 0,5%, apontando para uma estabilidade. Esperando vendas mais aquecidas, especialmente com o Dia das Mães, alguns lojistas reforçaram suas equipes, porém, tal expectativa não se concretizou. 
 
Índice de Confiança Considerando uma escala de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança Sincovarp/CDLO de curto prazo (sempre olhando para os três meses seguintes) registrou, em maio, média de 3,0 pontos (ante 2,6 pontos em abril), classificado como de regular para positivo. O índice de longo prazo (que olha para os doze meses seguintes), registrou média de 2,8 pontos (ante 2,7 no mês anterior), também classificado como de regular para positivo. 
 
“Aqui percebemos a esperança dos lojistas de que o mês de junho (curto prazo), com Dia dos Namorados, temporada de festas juninas e chegada de frio mais intenso, possa impulsionar as vendas gerando uma certa recuperação. No longo prazo, a expectativa é mais pessimista muito por causa dos prováveis impactos do cenário eleitoral e da insegurança sobre o futuro da economia. Desde a pandemia, a vida do varejo não tem sido fácil”, diz.  
 

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