Após a conclusão das obras de mobilidade e de restauro e revitalização da centenária avenida Nove de Julho, um dos cartões postais de Ribeirão Preto, o estacionamento de veículos no canteiro central será proibido por causa da implantação do corredor de ônibus do transporte coletivo.
Laterais
A Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp) já proíbe o estacionamento de veículos na lateral direita de ambas as pistas, e depois das obras a medida será ampliada para que o corredor de ônibus possa ser implantado. A prefeitura informou ao Tribuna que a proibição é necessária para viabilizar as medidas de adequação.
“No caso das adequações viárias realizadas pelo Programa Ribeirão Mobilidade, inclusive a supressão de estacionamentos em algumas vias (medida adotada para viabilizar a construção de pistas exclusivas para o transporte coletivo), são necessárias para atender igualmente a maioria da população em sua totalidade: usuários de ônibus, motoristas de veículos de passeio e de carga”, diz parte do texto.
Adequações
Segundo o governo, é natural que, no início das adequações, as mudanças gerem desconforto para grupos específicos de usuários. “No entanto, com as transformações que o programa Ribeirão Mobilidade trará, a prefeitura tornará os espaços públicos e de circulação coletivos cada vez mais democráticos, servindo da melhor forma possível a todos”, diz.
Cita empreendedores, consumidores, usuários do transporte público e individuais dos mais diferentes modais, inclusive as bicicletas, com a implantação das ciclovias “e, ainda mais amplamente, de um plano cicloviário que em breve deve colaborar para estimular ainda mais este modal saudável e ecológico”, conclui a administração.
Licitação
A Construtora Metropolitana, do Rio de Janeiro, venceu a licitação para realizar as obras de implantação do corredor de ônibus e de restauração da avenida Nove de Julho, um dos cartões postais da cidade e que completou 100 anos em 7 de setembro do ano passado. Vai receber R$ 31.132.101,77 pelo serviço. O prazo para a execução das obras é de doze meses.
A obra
A obra contemplará o restauro do pavimento da Nove de Julho entre a avenida Independência e a rua Tibiriçá, do canteiro central no mesmo trecho, implantação de travessias com acessibilidade para pessoas com deficiência nos cruzamentos e implantação de galerias de águas pluviais nas ruas Comandante Marcondes Salgado e São José, ligando a Nove de Julho à Doutor Francisco Junqueira.
Quanto aos paralelepípedos, um problema histórico da avenida, as obras incluem a escavação no solo de aproximadamente 50 centímetros para a colocação de uma base de concreto. Os paralelepípedos serão recolocados sobre essa base para que eles não afundem mais. Esse trabalho permitirá manter a qualidade do pavimento por mais tempo de uso.
Restauro
Todo o canteiro central será restaurado, preservando os mosaicos de pedras portuguesas e as árvores, que não serão retiradas. Com a obra, será possível implantar acessibilidade nos cruzamentos e retornos da avenida, com rampas de acesso para cadeirantes, piso tátil direcional e de alerta indicando os pontos de espera e de travessia.
O corredor terá dois quilômetros de extensão, um de cada lado da Nove de Julho, a partir do cruzamento com a avenida Independência até a altura com a rua Tibiriça, em frente à Sociedade Recreativa e de Esportes (Recra). Com a licitação concluída e a homologação do contrato com a Metropolitana finalizada, a obra deve começar nas próximas semanas, assim que estiver pronta a documentação para a assinatura da ordem de serviço.
A via – incluindo seus paralelepípedos e as pedras portuguesas do canteiro central – é tombada desde 2008 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac), sendo a extensão do trecho preservado com início na rua Amador Bueno, seguindo até o cruzamento com a avenida Independência.
Outros elementos paisagísticos tombados são: o piso das calçadas de mosaico português do canteiro central e as árvores da espécie sibipiruna. Por ser considerada patrimônio histórico da cidade, a Nove de Julho não pode ter o projeto original alterado e as obras dependem de autorização do Conppac.