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Política

OAB suspende advogado preso

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O Tribunal de Ética e Disci­plina da 12ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB de Ribeirão Preto) suspendeu o advogado Marcelo Gir Gomes de suas funções por 90 dias. Ele foi preso há dois meses, em 28 de maio, pela força-tarefa formada por Polícia Federal e Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), na quarta fase da Operação Se­vandija, batizada de Houdini. Ele seria o “laranja” do suposto esquema montado para desviar dinheiro da ação penal dos ho­norários advocatícios.

A decisão é provisória e po­derá ser revista em três meses em nova reunião do tribunal. Gomes pode ser absolvido, suspenso por mais tempo e até ter a carteira da OAB cancela­da. O advogado de defesa dele, AlamiroVelludo, informou que só vai cuidar da suspensão das atividades profissionais de seu cliente depois de apresentar a defesa sobre as acusações fei­tas pelo Ministério Público Estadual (MPE) ao juiz Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferrei­ra, da 4ª Vara Criminal, onde tramitam as ações penais da Sevandija. O acusado nega a prática do crimes denunciados por Gaeco e PF.

Os promotores do Gaeco denunciaram Gir Gomes e mais três pessoas por lavagem de di­nheiro: os advogados Sandro Rovani – preso em Tremembé desde março do ano passado – e Marcelo Gir Gomes, Ana Cláu­dia Silveira Neto (filha de Rova­ni, ela devolveu R$ 100 mil aos MPE e diz que jamais praticou atos ilícitos) e o empresário Pau­lo Roberto Nogueira. O novo processo foi ajuizado na 4ª Vara Criminal. A denúncia ainda está sendo analisada pela Justiça.

Para os promotores Leo­nardo Romanelli, Walter Ma­noel Alcausa Lopes e Frederico de Camargo, o advogado, Ana Cláudia e Nogueira teriam lava­do dinheiro para Rovani, inves­tigado em outras duas frentes da Sevandija – que envolvem ho­norários advocatícios e a Com­panhia de Desenvolvimento Econômico (Coderp). Há ainda outra ação que investiga fraudes no Departamento de Água e Es­gotos de Ribeirão Preto (Daerp). O MPE estima que o valor total desviado dos cofres públicos su­pere R$ 245 milhões.

Rovani é acusado de operar pagamentos ilícitos a agentes públicos da cidade, entre eles a ex-prefeita Dárcy Vera, por meio de um recolhimento inde­vido de honorários à advogada Maria Zuely Alves Librandi. O advogado que defende Gir Go­mes nega que seu cliente tenha praticado lavagem de dinheiro e afirma que vai provar isso à Justiça. Ele foi preso suspeito de “lavar” R$ 1 milhão para Rovani.

Já Ana Cláudia Silveira Neto sacou dois cheques a mando de Rovani, mas sem saber de quem era e devolveu o dinheiro ao Ga­eco. Rovani e Dárcy Vera sem­pre negaram o envolvimento em crimes de corrupção. Os demais citados também refutam as acu­sações. As investigações apon­tam que mesmo após a defla­gração da Operação Sevandjia, Gomes e Rovani continuaram operando o suposto dinheiro de propina paga a agentes públicos em Ribeirão Preto. Segundo o delegado chefe da Polícia Fede­ral, Edson Geraldo de Souza, os documentos apreendidos durante a operação reforçam as suspeitas levantadas.

Batizada de Houdini, uma alusão ao nome do ilusionis­ta Harry Houdini, a operação apontou que, em uma demons­tração de “ousadia”, os suspeitos usaram estratégias para tentar despistar cheques usados para pagamento de propina, que te­riam sido emitidos pelo escritó­rio da advogada Maria ZuelyLi­brandi, ré no processo sobre fraudes em honorários advoca­tícios pagos pela prefeitura. O esquema causou um prejuízo de R$ 45 milhões aos cofres públicos. Os bens dos acusados foram bloqueados.

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