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O vinho branco

Estima-se que 30% dos 25 bilhões de litros de vinho que se tomam por ano no mundo sejam brancos, o que não ameaça a supremacia do tinto, preferido pela maioria. Mas, os vinhos brancos têm sua beleza, seu sabor inimitável e são ótimos para climas mais quentes, como o da nossa cidade. Sou e sempre fui um admirador do vinho branco. Vistos por alguns como um vinho inferior, os brancos tem características pró­prias, agradam bastante quem os bebem e são indispensáveis para quem pretende sentir os prazeres de uma boa taça.

O vinho branco tanto pode ser feito de uvas de casca esverdeada (que chamamos brancas) quanto de uvas de casca vermelha. Os dois tipos fornecem um suco (mosto, nome técnico) de cor amarelada, que vai ser usado na fabricação do vinho. Para os tintos, deixam-se as cascas em contato com o mosto por cerca de 30 dias. Para os rosês, mantém-se as cas­cas por 24 horas e para os brancos não se usa casca nenhuma. Ou seja: as cascas é que dão a cor do vinho.

São tantas as uvas utilizadas nos vinhos brancos, que falar sobre elas não caberia nesta crônica. Escolhi as mais conheci­das ou as que me agradam muito.

A Chardonnay é a rainha das brancas. Cultivada desde tempos antigos na Borgonha, produz extraordinários vinhos, como os Chablis e os Montrachet, considerados entre os me­lhores do mundo. Adaptou-se bem nos Estados Unidos e em países latino-americanos. A Sauvignon Blanc disputa com a Chardonnay o título de uva mais plantada no mundo e é ideal para acompanhar peixes e frutos do mar.

Na França, tem grande expressão no Vale do Loire com seus vinhos Sancerre e dá destaque aos vinhos neozelandeses, sul-a­fricanos, australianos e latino-americanos. A Riesling, emble­mática da Alemanha, produz vinhos fabulosos e é encontrada hoje em todos os países produtores. Acrescento três uvas que muito me agradam: Viognier, Encruzado e Gewurstraminer.

A Viognier é uva que já esteve à beira da extinção, mas retornou com força em vinhos varietais ou como blend de tintos e brancos, onde suaviza o sabor . Caprichosa, dá traba­lho no plantio e colheita, mas, produz vinhos excepcionais, secos, com aromas e sabor de flores, mel e frutas, notadamen­te damasco.A Argentina vem produzindo bons Viogniers.

A Encruzado é autóctone em Portugal e produz um óti­mo vinho para acompanhar o bacalhau. A Gewustraminer é muito usada na Alsácia e produz delicado vinho, de aroma doce, mas sabor seco, excelente para harmonizar com uma foundue de queijo.

Obviamente que, quando se fala de vinho branco, nunca se pode esquecer o espumante, feito com métodos próprios. O Champagne, produzido na França é o único que pode usar esta denominação, de acordo com as normas interna­cionais de proteção aos nomes. São produzidos com as uvas Chardonnay e as tintas PinotNoir e PinotMeunier, as únicas permitidas pela denominação controlada.

Nos demais países que produzem este tipo de vinho, são chamados genericamente de espumantes ou tem nomes específicos, como Cava, na Espanha e Sekt, na Alemanha. Os italianos tem o Prosecco, vinho espumante feito com a uva Glera, de amplo uso em nosso país. E os espumantes brasi­leiros tem hoje nível internacional de qualidade e disputam prêmios internacionais em pé de igualdade a produtores estrangeiros. As normas brasileiras não restringem uso de castas no preparo dos vinhos, porém as mais utilizadas são a Chardonnay, a Riesling e a PinotNoir.

Sempre é um prazer degustar um bom vinho branco.

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