Tribuna Ribeirão
Artigos

O valor do produtor de leite paulista

Sabe-se que a pecuária leiteira é uma das mais antigas atividades agrícolas, sendo que a criação do gado destinado a este fim remonta há aproximadamente 5.000 anos. Dados da Embrapa mostram que o Brasil é um dos maiores produ­tores de leite do mundo e a tendência é crescer cada vez mais porque, a partir desta matéria-prima, derivam-se inúmeros produtos que obtêm preços variados no mercado e são a base da alimentação dos brasileiros.

Para chegar à mesa das casas, das escolas e outros esta­belecimentos, o leite passa por um processo de produção e industrialização que requer alto grau de controle para manter a qualidade do produto até o seu destino final. A eficiência de uma cadeia produtiva leiteira é atribuída a uma relação de produtividade com menor custo possível e também a comer­cialização a parceiros de confiança e que tenham uma política clara de remuneração ao produtor.

Neste sentido, as cooperativas são importante elo deste se­tor, pois possibilitam, ao pequeno produtor, ter condições de competitividade e ganho em escala e, ao consumidor, a certe­za de estar adquirindo um produto de qualidade comprovada.

Isso porque, todo o processo de industrialização é feito na co­operativa, que também é a encarregada pela venda e distribuição do produto para clientes de vários portes. Assim, garante renda, recolhe impostos no Estado de origem e fortalece a agricultura familiar, possibilitando até que alguns cooperados possam se manter residindo no campo, evitando o êxodo rural.

Também é preciso levar em conta que o leite pasteurizado barriga mole, como é mais popularmente conhecido, traz inúmeros benefícios aos consumidores. O processo de pas­teurização deste tipo de leite requer um tratamento térmico a cerca de 74 graus Celsius, depois é rapidamente resfriado. Esse choque térmico mata os micro-organismos nocivos, mas preserva quase todas suas propriedades e principalmente os micro-organismos benéficos, como os lactobacilos vivos, as vitaminas do complexo B; as proteínas e açúcares.

Sendo assim, a pecuária leiteira com o fim de produzir o leite pasteurizado no interior do Estado de São Paulo, além de fortalecer o produtor local, gerar emprego e renda, deixa os impostos dentro do Estado e também é responsável por fabricar um produto altamente nutritivo, sem conservantes e acessível. Tanto que, há muitos anos, é este tipo de leite que é distribuído pelo governo paulista nos programas sociais de atendimento a crianças e idosos carentes (Vivaleite) nas merendas das creches e escolas públicas estaduais.

Se a agricultura de pequeno e médio porte consegue sobreviver em determinado mercado, esta condição já pode ser um indicador de que o ambiente cooperativo está gerando melhor distribuição de renda e divisas no Estado. Portanto, o cooperativismo, se devidamente apoiado por parceiros públi­cos ou privados, transforma-se em facilitador para a melhoria das condições sociais dos pequenos produtores. Por meio das cooperativas, é possível realizar ações de educação básica ou cursos de capacitação profissional, estratégias coletivas de compras ou comercialização e discussão de iniciativas rela­cionadas às demais carências sociais e econômicas.

A busca pela sustentação da pecuária leiteira de pequeno e médio porte no Estado de São Paulo é complexa e desafiadora, por envolver diversas dimensões e variáveis que não dependem somente do produtor. Mas é certo que o cooperativismo é a melhor forma de atender aos requisitos de sustentabilidade desta atividade nas áreas econômica, social e ambiental.

Postagens relacionadas

Sidnei Beneti e os atos e os autos

William Teodoro

Lá e cá, notícias há 

Redação 2

As contradições do Natal

Redação 1

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com