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O tempo de cada um

No atribulado período em que vivemos, cada um tem seu tempo próprio. Sempre menor que o necessário para todas as atribuições. Por isso as pessoas têm urgências escolhidas, pressa selecionada de todos os dias. E quase cotidianamente há uma ansiedade de que tudo se resolva logo. Que o ônibus chegue mais rápido, que o médico antecipe o atendimento, que venha logo o resultado do exame.

Esse tempo apertado, muitas vezes menor que o necessário, se apresenta nas empresas públicas e privadas, nos grandes grupos corporativos, nas casas de grande parte das pessoas, nas escolas, na convivência com amigos e até nos momentos de lazer, quando o período de diversão não chega a ser o necessário.

E assim se mede o tempo que cada um tem a resolver cada assunto, se desfazer de uma tarefa, atender a uma urgência qualquer. O tempo do médico diante de uma emergência é muito menor que o de qualquer outro profissional. Enquanto o tempo de um piloto de Fórmula 1 parece ter outro método de medição. No futebol, o tempo favorável ou não, depende de quem está ganhando ou perdendo.

Quando o tempo é de uma administração, principalmente pública, o tempo se reduz consideravelmente em função das demandas que se acumulam, empurradas pelos poucos recursos disponíveis. O cidadão tem muitas urgências, porque elas são coletivas. Assim, os tempos de um governo parecem ser bem menores, muito embora as pessoas tenham a percepção de grande demora na solução dos problemas.

E se há demora é porque a vontade de gestores, assessores e secretários encontra obstáculos muitas vezes de difícil transposição. Principalmente no tocante aos recursos – não apenas financeiros – disponíveis. Como prefeito, minha ansiedade é a de superar os tempos das cobranças e solucionar tudo rapidamente.

Mas governar é escolher. Assim, elegi cinco “Pes” para nortear a nossa administração – Priorizar, Planejar, Propagar, Persistir e Perenizar. Note que o primeiro é priorizar, mas o segundo já é planejar, porque é impossível realizar tudo de uma vez, como muitos querem, incluindo o responsável pelas realizações.

É imprescindível, mesmo difícil, o controle da ansiedade. Para que as respostas aconteçam no período certo. É preciso trabalhar para que elas até se adiantem, ou que nunca se atrasem, para o benefício das pessoas. Sem transformar o desejo em uma luta insana que pode reduzir o efeito dos resultados. E sem se esquecer da persistência.

E uma boa medida de tempo é a que nos ensina a agricultura. A colheita só ocorre – claro – após o plantio, depois de vencidos fatores climáticos, e dentro do período correto. Sem sobressaltos e antecipações.

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