Nesse mês de setembro comemora-se o sesquicentenário de nascimento de Francisco Maximiano Junqueira, mais conhecido como coronel Quito Junqueira, nasceu em 22 de setembro de 1867, nos primórdios da pequena vila que viria se tornar Ribeirão Preto.
Casou-se com sua prima Theolina Zemilla de Andrade na cidade de Franca, em 1891. O casal passou a morar na fazenda da Serra, em Ribeirão Preto, onde levava uma vida modesta, de muito trabalho e economia. Chamada carinhosamente de Dona Sinhá, Theolina dedicou-se pessoalmente às tarefas caseiras e até cozinhava para os funcionários que trabalhavam na fazenda.
Em 1912, Francisco comprou um terreno na rua Duque de Caxias e mandou construir um belo sobrado para residir com a esposa. O prédio, tombado pelo patrimônio histórico, abriga hoje a Biblioteca Municipal “Altino Arantes”. Elegeu-se vereador na Câmara de Ribeirão Preto na 9ª Legislatura (1899-1902) e na 12ª Legislatura (1908-1911).
Após a crise do café, Francisco Junqueira investiu no cultivo de cana-de-açúcar, processada no Engenho Central União (Usina Junqueira), em Igarapava, ao mesmo tempo em que manteve plantações de café e criação de gado em Ribeirão Preto. Francisco Junqueira morreu aos 71 anos, de broncopneumonia, em 19 de novembro de 1938, quando era considerado o maior produtor de açúcar da América Latina. Sua morte repercutiu intensamente na imprensa interiorana e da capital, onde o ele também possuía residência.
Como não teve filhos, deixou todo o seu patrimônio para a mulher Theolina. Ela investiu a maior parte da fortuna em obras assistenciais, fazendo doações a asilos, creches, hospitais, igrejas, dentre outras entidades filantrópicas, e mesmo bancando a fundação de instituições de auxílio aos mais carentes.
Os dois legados mais conhecidos do casal de beneméritos são um educandário para crianças carentes (Fundação Educandário Quito Junqueira) e uma maternidade-escola. Após a morte, em novembro de 1954, aos 80 anos, a maternidade foi batizada na forma carinhosa como Theolina era chamada – Sinhá Junqueira. E o educandário passou a ser conhecido pelo apelido do marido – Quito Junqueira. Anos depois, ele ainda foi homenageado com uma avenida nos Campos Elíseos, que liga a da Saudade à Cavalheiro Paschoal Innecchi.
Educandário – Fundado em 13 de maio de 1938, poucos meses antes da morte do patrono Quito Junqueira, o Abrigo de Menores de Ribeirão Preto – Educandário Coronel Quito Junqueira – surgiu com o objetivo de acolher crianças e adolescentes de famílias de baixa renda com atendimento em saúde, educação, alimentação e moradia.
Em 8 de setembro de 1944, a entidade foi transformada em fundação, e passou a denominar-se Fundação Educandário Coronel Quito Junqueira. Até 1997, os educandos – crianças de famílias de baixa renda do sexo masculino – eram admitidos na faixa etária de seis a nove anos de idade e podiam permanecer na instituição em regime de internato até atingirem sua maioridade. Todos os educandos cursavam da 1ª a 4ª séries na própria instituição e, a partir daí, frequentavam as escolas públicas estaduais.
A partir de 1998, com a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (lei 8.069/90), a fundação passou por mudanças para se adequar a nova legislação. Além do fim do regime de internato,o Educandário passou a atender crianças de ambos os sexos em regime aberto. Na época, o Colégio Camillo de Mattos, que era estadual, passou a ser mantido e administrado pela Fundação Educandário e não mais pelo governo de São Paulo, atendendo da Pré-Escola à 4ª série.
Em 2007, os serviços oferecidos foram reorganizados em três programas de atendimento: Programa de Educação Básica, Programa de Atividades Complementares e Programa de Iniciação Profissional. Neste mesmo ano foi inaugurada, dentro do complexo, a Biblioteca Doutor Waldemar Barnsley Pessoa.